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"Investigações devem prosseguir, mas é preciso atenção ao jogo político"

Linha fina
Para Rita Serrano, representante dos empregados no Conselho de Administração do banco, interesses privatistas e disputas internas enfraquecem a instituição
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Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

São Paulo – Em nota sobre o afastamento de quatro vice-presidentes da Caixa, investigados em operações da Polícia Federal, a representante dos empregados no Conselho de Administração, Rita Serrano, enfatizou que as investigações devem prosseguir, mas que é preciso atenção ao jogo político. Para ela, interesses privatistas e disputas internas enfraquecem o banco.

> Afastados quatro vice-presidentes da Caixa Federal
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Rita enfatiza ainda que causa surpresa que uma investigação interna, ainda não concluída, tenha sido divulgada por meio da imprensa. Para ela, a mídia comercial tenta desqualificar o banco público e seus empregados.

Leia abaixo a íntegra da nota divulgada por Rita Serrano:

Investigações na Caixa devem prosseguir, mas é preciso estar atento ao jogo político

Interesses privatistas e disputas internas do governo tentam enfraquecer o banco

O afastamento de quatro vice-presidentes da Caixa por quinze dias, determinado nesta terça, 16, pelo presidente Temer, faz parte de uma investigação que estava em andamento no banco e transcorria em nível interno, acompanhada pelos 7 membros do Conselho de Administração (a maioria indicada pelo Ministério da Fazenda). A primeira surpresa nesse processo, portanto, é a divulgação, pela imprensa, de uma investigação que ainda não estava concluída.

A avaliação é da representante dos empregados da Caixa no Conselho de Administração, Rita Serrano (que está em licença médica após cirurgia). Ela reitera o apoio às investigações, mas ressalva que é preciso entender a disputa que ocorre entre representantes dos ministérios e do banco. “Nossa posição óbvia é de que a investigação prossiga e puna os culpados, se assim for comprovado. Porém é preciso ficar atento e entender que há hoje uma disputa interna no banco, entre a diretoria e membros do governo, e essa disputa transparece em momentos como esse”, esclarece.

Além de gerar especulações, como a chantagem do ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) na suposta liberação de crédito da Caixa para os governadores, a disputa favorece o sistema financeiro privado ao criar dúvidas sobre a governabilidade e integralidade do banco. A falta de capitalização da Caixa, as iniciativas para que se tornasse S/A e outras que enfraquecem a empresa pública estão na pauta privatista do governo. 

A conselheira destaca ainda o papel da mídia comercial, que tenta desqualificar o banco público e seus empregados. “Todas as notícias veiculadas por essa mídia no último período tentam colocar dúvidas sobre a manutenção do banco público. Isso não é aleatório, faz parte de uma estratégia de esfacelamento do patrimônio público”, afirma, lembrando que a Caixa tem 157 anos, quase 90 mil empregados concursados com alto nível de formação e já passou por diversos governos e instabilidades. “O banco tem condições de sobreviver e manter íntegro seu papel de fomentador do desenvolvimento, mas a cada dia fica mais evidente que isso só será possível em um governo eleito e legitimo”, aponta.
 

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