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Reformas são combinações explosivas para trabalhadores

Linha fina
Professor da Unicamp Eduardo Fagnani diz que propaganda oficial enganosa omite que a maioria dos pobres será afetada pela reforma da Previdência
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Charge: Márcio Baraldi

São Paulo – Em entrevista concedida à Rádio Brasil Atual, o professor da Unicamp Eduardo Fagnani é taxativo ao dizer que a propaganda oficial mente ao dizer que os mais pobres não serão afetadas pela PEC 287. "É uma estratégia. Como se eles estivessem fazendo uma reforma que atinge apenas os marajás do serviço público. Isso não é verdade", aponta, destacando as dificuldades que o trabalhador terá para conseguir acesso ao benefício. "Para ter aposentadoria integral precisa contribuir durante 44 anos, isso inviabiliza, ninguém mais vai ter aposentadoria integral no Brasil. Isso é superior ao tempo de contribuição que os países desenvolvidos adotam."

Para o economista, a combinação dos efeitos da "reforma" trabalhista, que precariza os empregos e diminui as receitas previdenciárias, com a proposta de mudanças do governo no sistema previdenciário inviabilizam o sistema, aumentando ainda mais a desigualdade no país. "Antes da reforma trabalhista, em média, 50% do trabalho era informal, mas no Maranhão esse índice é de 75%. Essas pessoas em geral não contribuem para a Previdência e não vão conseguir ter os 15 anos (de contribuição mínima). Isso não só prejudica as camadas de menor renda mas a população que mora nas regiões Norte e Nordeste, o que vai ampliar a desigualdade regional e a desigualdade de renda no país."

Na entrevista, o professor respondeu ainda perguntas sobre a situação dos trabalhadores rurais caso a reforma seja aprovada, a utilização dos servidores públicos como bode expiatório na caça aos privilégios e sobre a importância dos movimentos sociais para tentar barrar a votação prevista para o dia 19 de fevereiro, na Câmara dos Deputados.

Confira a íntegra da entrevista na Rede Brasil Atual.

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