Pular para o conteúdo principal

Trabalhadores italianos e brasileiros unidos

Linha fina
Em seminário realizado na Itália, representantes da CUT-SP e CGIL Lombardia e Milão debateram estratégias para fortalecer classe trabalhadora e enfrentar ataques às democracias e direitos
Imagem Destaque
Redação Spbancários
3/2/2017


São Paulo – A atual conjuntura política internacional e, especialmente no Brasil, apresenta diversas ameaças aos trabalhadores e suas conquistas históricas. Para debater estratégias de fortalecimento da classe trabalhadora e formas de enfrentamento aos ataques à democracia e aos direitos trabalhistas, representantes da CUT-SP e CGIL Lombardia e Milão (Confederação Geral Italiana do Trabalho) reuniram-se na Itália.

> Fotos: algumas imagens dos debates

Entre 29 de janeiro e 4 de fevereiro, trabalhadores dos setores metalúrgico, financeiro, educação, químico, saúde e serviço público participaram de seminário, debates e visitas aos locais de trabalho como parte do termo de cooperação assinado pela CUT-SP e CGIL Lombardia e Milão.

“Debatemos a organização dos jovens no mercado de trabalho, tanto na Itália quanto no Brasil. Foi apresentado pelo presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, um panorama da conjuntura política e econômica que enfrentamos no Brasil, com riscos de retirada de direitos. Assim como no nosso país, o mundo atravessa um momento onde se faz necessário fortalecer a resistência aos projetos neoliberais. Presenciamos não só uma revolução tecnológica, como também uma revolução no conceito do trabalho e nas formas de contratação. Não somos contra a inovação. Somos contra a precarização e banalização das relações de trabalho. A luta deve ser organizada internacionalmente”, enfatiza a diretora do Sindicato e funcionária do Santander Lucimara Malaquias, integrante da delegação da CUT-SP.

De acordo com a dirigente sindical, a atual configuração das relações de trabalho na Itália serve de alerta aos trabalhadores brasileiros.

“Na Itália já se vive as consequências dá flexibilização das relações de trabalho, com horário flexível, contratação precária por tempo determinado e ausência de direitos trabalhistas como férias e contribuição previdenciária. Em média, um italiano precisa trabalhar 43 anos para se aposentar e raramente o benefício é integral. E, ao contrário do que alegam os defensores da reforma trabalhista e previdenciária, o corte de direitos não aumentou a oferta de empregos. Os jovens italianos sofrem com uma taxa de desemprego de 40% e, quando conseguem emprego, são contratados em condições precárias, de forma temporária e sem garantias legais”, explica.

Além de Lucimara, representaram o movimento sindical bancário brasileiro a secretária-geral do Sindicato, Ivone Silva, e a presidenta da Fetec-CUT/SP, Aline Molina. 

Solidariedade – A delegação da CUT-SP visitou uma fábrica da General Eletrics ocupada por trabalhadores a quatro meses. A multinacional pretende fechar o local de trabalho, única metalúrgica da Itália. “Compartilhamos nossa experiência no Brasil e prestamos solidariedade aos companheiros italianos”, relata Lucimara.

Cooperação – O primeiro termo de cooperação entre CUT-SP e CGIL Lombardia e Milão foi assinado em setembro de 2012. Desde então, dirigentes sindicais dos dois países participam de intercâmbios e debates sobre as conjunturas nacionais e internacional, negociação coletiva, juventude e mudanças nas relações de trabalho.

Leia mais
> CUT-SP e FEM se solidarizam à luta dos trabalhadores italianos da General Electric   
> CUT e CGIL debatem estratégias de resistência diante dos ataques às democracias e aos direitos
seja socio