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Chapéu
Luta

Bancárias se unem a outras trabalhadoras na Jornada das Mulheres

Linha fina
Representantes de várias categorias deram pontapé inicial da mobilização no dia 24 de fevereiro, data em que se comemora a conquista do voto feminino
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Foto: CUT-SP

São Paulo – Bancárias participaram, no sábado 24, do lançamento da Jornada de Luta das Mulheres em Defesa da Democracia e dos Direitos. O ato inaugural foi realizado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, e marcou o início de uma série de mobilizações que ocorrerão até 1º de maio. Durante esse período serão realizados seminários, rodas de conversa e formações sobre os direitos das mulheres, democracia e consequências do golpe no Brasil que levou ao poder o ilegítimo Michel Temer (MDB) e aliados, após derrubarem a presidenta eleita Dilma Rousseff. A reportagem é da CUT São Paulo.

Trabalhadoras de várias categorias participaram da atividade, promovida pela Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo em parceria com a CUT Nacional e outros movimentos. A data marcou, também, a celebração da conquista do voto feminino, em 24 de fevereiro de 1932.

“No passado, as mulheres não tinham sequer direito ao voto, então a gente tem de chamar a atenção para esse fato”, frisou a secretária de Mulheres da Contraf-CUT, Elaine Cutis.

A dirigente ressalta que o objetivo da jornada é sensibilizar o maior número de mulheres para o enfrentamento à retirada de direitos em curso no Brasil do golpe. “A gente quer atingir todas as mulheres do Brasil levando informações, pois muitas não sabem o que está sendo feito neste desmonte. Uma mulher que não passa por uma situação de violência, por exemplo, talvez não se dê conta do desmantelamento das políticas de proteção que está sendo implementado devido a um projeto neoliberal defendido por esse governo ilegítimo.”

A dirigente do Sindicato Silmara Antonia da Silva ressaltou a importância desse calendário de mobilização para impedir o desmonte da Previdência Social. “Essa jornada será muito importante, pois vai mostrar às mulheres as nossas conquistas por direitos, que agora estão sendo ameaçados. A reforma da Previdência, por exemplo, vai ser muito prejudicial para nós trabalhadoras, então é preciso união para garantirmos nosso direito à aposentadoria”, explica.

Experiência – O lançamento da jornada também contou com a participação da ex-ministra Eleonora Menicucci, que ocupou a Secretaria de Políticas para as Mulheres no governo de Dilma Rousseff. Ao falar sobre o golpe que derrubou Dilma,ela lembrou que foi presa e torturada durante a ditadura militar brasileira, inclusive na mesma cela da ex-presidente, nos anos 1970, em São Paulo.

“A mão do capital internacional também está neste golpe que estamos vivendo, como esteve em 1964 e 1968, não se enganem. Só que naquela época havia uma visão nacionalista sobre nossas riquezas, agora não. Já fizeram o desmonte dos direitos trabalhistas e sociais e afetaram a nossa soberania nacional”, afirma.

Para Eleonora, a jornada se dá num momento importante já que tem como perspectiva promover debates no seio da classe trabalhadora. “Se não lutarmos todos os dias, de todas as formas e em todos os lugares possíveis, perderemos tudo o que conquistamos de 1988”, disse.

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