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Sindicato protesta contra repressão da direção do Santander

Linha fina
Manifestações em centros administrativos denunciaram práticas do banco espanhol que afrontam a organização dos trabalhadores, a Convenção Coletiva de Trabalho e diretrizes da OCDE, a qual a instituição multinacional é signatária
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Foto: Seeb-SP

Censura, repressão, intimidação e falta de diálogo por parte da direção do Santander motivaram protesto do Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e Região. Os atos foram deflagrados nos principais centros administrativos do banco nesta sexta-feira 15 para denunciar uma série de práticas recorrentes que atentam contra a organização e os direitos dos trabalhadores. 

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As atividades foram realizadas das 7h às 10h, no Radar (Casa 1), Geração Digital (Casa 3) e Vila Santander. Das 12h às 14h, a Sede Torre Santander foi o palco do protesto.

Prática antissindical

A direção da empresa tem bloqueado o acesso de representantes dos trabalhadores nos seus centros administrativos nos dias subsequentes à realização de atividades sindicais que expõem praticas abusivas do banco. 

“Impedir o acesso de dirigentes sindicais, que são os legítimos representantes da categoria, afronta a Convenção Coletiva de Trabalho, o Acordo Coletivo de Trabalho do Santander, e inclusive os princípios da OCDE cujo Santander é signatário por ser uma empresa multinacional”, enfatiza Lucimara Malaquias, dirigente sindical e bancária do Santander. 

Censura

Os trabalhadores brasileiros são responsáveis por 26% do lucro mundial do banco, que foi a instituição financeira que mais cresceu no Brasil em 2018 (24,7%). “E a recompensa para os trabalhadores é a cobrança abusiva de metas, assédio moral, desrespeito, censura e cerceamento da liberdade sindical. Contar com liberdade sindical e de organização são direitos humanos e civis básicos de todos os trabalhadores”, afirma Lucimara. 

A direção do banco espanhol tem censurado a distribuição de materiais impressos do Sindicato que denunciam as más práticas e condições de trabalho e retirada de direitos. No caso mais recente, a consulta sobre a forma de mobilização contra a reforma da Previdência foi proibida aos funcionários do Radar no dia 8.  

Judicialização

O Santander também move cinco ações judiciais contra a Afubesp (Associação dos Funcionários do Grupo Santander Banespa, Banesprev e Cabesp) sob o argumento de que a entidade abusa do direito de ajuizar ações civis públicas em defesa de seus associados.

“Nós estamos cumprindo nosso dever de representar os trabalhadores, mas se a direção do Santander não quer mais ações judiciais contra o banco, basta apresentar propostas que atendam as demandas dos seus empregados. Além disso, o argumento jurídico para tentar intimidar a Afubesp é extremamente frágil e insustentável”, critica Lucimara.  

Histórico de desrespeitos

O Santander possui histórico de desrespeitos e abusos contra a organização dos trabalhadores. Nos Estados Unidos, por exemplo, o banco espanhol cerceia o direito dos trabalhadores se organizarem em sindicatos. Não à toa, os salários dos empregados norte-americanos da instituição são mais baixos do que a média daquele país.  

Direitos são conquistas dos trabalhadores e não benefícios do banco

Lucimara salienta que a PLR e todos os outros direitos que a categoria bancária brasileira usufrui, como licença-maternidade estendida, folga assiduidade, vale-alimentação e vale-refeição, são frutos da mobilização dos trabalhadores e das negociações com o movimento sindical, e não foram concedidos de boa vontade pelos bancos. 

“Se os bancários têm um Sindicato censurado e fraco, quem vai garantir a manutenção dessas conquistas? A PLR é fruto do trabalho coletivo, mas a sua distribuição foi garantida pela negociação sindical”, exemplifica Lucimara. “Todas essas conquistas históricas ficam ameaçadas quando o banco passa a judicializar questões e demonstra que não respeita os canais de diálogo que já estão estabelecidos”, complementa a dirigente. 

Atuação arbitrária da direção do Santander

Há tempos o Santander vem atuando de forma arbitrária no sentido de intimidar a organização dos trabalhadores por meio da judicialização e também postergando o processo de negociação que tem por objetivo melhorar as condições de trabalho e ampliar os direitos dos trabalhadores. 

“É importante que os bancários saibam que censurar o movimento sindical é censurar toda a categoria, porque nós fomos eleitos e representamos todos os trabalhadores. E quando nós não podemos falar, os trabalhadores perdem a interlocução e a voz. E esse parece ser o objetivo principal do banco”, afirma Lucimara.

“Apesar de o Santander recorrentemente tentar nos calar, nós vamos manter nosso compromisso de representar os trabalhadores. Priorizamos a via negocial, porém quando ela se esgota, ou quando se mostra ineficiente, nós vamos acionar a via judicial e denunciar a empresa em fóruns e organismos internacionais para manter os direitos dos empregados”, finaliza a dirigente. 

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