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Chapéu
Terror

Unificação de cargos assusta bancários nas agências do Santander

Linha fina
Criação da figura do gerente de relacionamento & serviços tem deixado os trabalhadores inseguros e preocupados com sobrecarga de trabalho e demissões
Imagem Destaque
Foto: Freepik

O novo cargo gerente de relacionamento & serviços – que contempla caixas, coordenadores e gerente de relacionamento PF–, criado pela direção do Santander para sufocar de trabalho e adoecer ainda mais os bancários, tem deixado os trabalhadores das agências assustados, inseguros e preocupados. Na prática, os ocupantes do cargo atendem todos os clientes, desde o caixa até segmentos gerenciais. A direção do banco alega “modernização e agilidade no atendimento”, comparando a estrutura de uma agência a de uma farmácia, onde todos os trabalhadores executam todas as funções.

Não bastasse isso, o presidente do banco, Sérgio Rial, no programa “Café com Rial”, ameaçou demitir trabalhadores que mudaram de função e não tiverem a certificação CPA-10 até maio.

A data de início das mudanças, as regras e as metas ainda são confusas e pouco claras para os trabalhadores. O Santander sequer realizou qualquer tipo de treinamento.   

Além disso, os bancários estão inseguros com as ameaças de demissão e preocupados com a sobrecarga de trabalho e pressão ainda maior por metas e cumprimentos de tarefas.

“Há muita pressão de superiores referente ao novo cargo. A direção do banco vende como algo incrível, mas não é. Os bancários não terão reajustes de salários, mas sim aumento de serviços. Não está definido, por exemplo, como manusear o dinheiro no caixa, quem pagará se houver diferença de dinheiro. Enfim, uma pressão colocada sobre os funcionários, sem explicações ou qualquer treinamento”, relata uma bancária.

“Queremos respeito e condições de trabalho dignas do Santander. Os cargos que sofrerão mudanças são justamente os que têm contato direto com o cliente, aqueles que estabelecem relacionamentos e, consequentemente, confiança. Justamente por isso, o banco deveria ter mais cuidado ao pensar alterações tão bruscas e impactantes na vida dos trabalhadores”, acrescenta.

À revelia

O Sindicato tem questionado o banco, que deveria ter negociado com os trabalhadores e com a entidade antes de implementar as mudanças. Várias mesas de negociação foram realizadas para debater o assunto, mas a direção do Santander não trouxe informações suficientes sobre o projeto, tampouco soluções para os problemas apresentados.

“Trouxeram apenas justificativas da implementação. O Sindicato não aceita uma lógica simplista que compara uma agência a uma farmácia. São naturezas de negócio totalmente distintas. Também não aceitamos que os bancários sejam ainda mais pressionados por metas e sobrecarga de trabalho!  A direção do Santander desenhou sua reestruturação à revelia dos trabalhadores e da negociação coletiva com entidades representativas”, salienta a dirigente sindical Wanessa Queiroz, bancária do Santander, lembrando que o banco assinou um termo de compromisso no ano passado o qual se compromete a discutir com os sindicatos qualquer alteração nas condições de trabalho. “Novamente, é flagrante o descumprimento de acordo coletivo por parte do Santander”.  

“Estão aumentando as tarefas, que já são muitas por conta da falta de funcionários nas agências em razão das sucessivas demissões. Sobrecarregados, os trabalhadores estão em xeque: ou se sujeitam a isso ou estão fora”, acrescenta a dirigente.

O Sindicato espera transparência do banco, respeito ao processo de negociação e soluções para os problemas que já foram apresentados, como, por exemplo, a sobrecarga de função. Por ora, a única leitura do projeto é a ganância da direção do Santander por lucro. Mesmo crescendo 24,6% em 12 meses, insiste nessa gestão predatória, de desrespeito aos trabalhadores.  

Wanessa orienta que os bancários que participaram de reuniões recebendo quaisquer informações sobre a unificação de cargos procurem o Sindicato pelos telefones 3188-5200 ou 97593-7749, pelo canal de denúncias no site ou pessoalmente nas regionais. O anonimato é garantido. “A participação de todos é fundamental para que tenhamos maior conhecimento do projeto”, finaliza Wanessa.

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