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Evento pomposo em arena contrasta com precariedade nas agências do BB

Linha fina
Organizada pela direção do banco, solenidade de “cunho motivacional” realizada no Allianz Parque teve a presença do banqueiro Henrique Meirelles
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Foto: Seeb-SP

São Paulo – O Banco do Brasil realizou em São Paulo, na terça-feira 20 e na quarta-feira 21, um megaevento repleto de pompa com gestores de todo o país. O palco escolhido para a solenidade, “de cunho motivacional e para preparar lideranças”, foi o Allianz Parque, a arena do Palmeiras, estrutura que contrasta com as agências do banco lotadas, sem funcionários e com atendimento a cada dia mais precário.

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Organizado pela direção do BB, o encontro teve – entre falas motivacionais de palestrantes - momentos políticos. A presença do banqueiro Henrique Meirelles, que pretende entregar os bancos públicos à iniciativa privada e arquiteta diuturnamente ataques aos direitos dos trabalhadores como a Resolução 23 da CGPAR (que exclui a oferta de plano de saúde para futuros funcionários do Banco do Brasil, entre outros), só evidenciou o total descaso do governo atual com os funcionários do BB.

Após o evento, Meirelles falou que o governo pode realocar recursos de ministérios para a intervenção militar no Rio de Janeiro, já que o teto do gastos públicos  “impede que haja um aumento descontrolado e insustentável” das despesas sociais do atual governo. Convém lembrar que o teto dos gastos públicos também atinge o orçamento do BB, por meio do congelamento da despesa com a folha de pagamento promovida pela Sest e na CGPAR, que retira o direito dos associados.

“Um evento deste porte, de ordem colossal e cheio de pompa e recursos é o inverso das práticas do banco com seus funcionários. De um lado, a pujança e a bonança. Do outro, agências sem funcionários, superlotadas de clientes e com o atendimento precarizado”, critica o dirigente sindical e bancário do BB Claudio Luis de Souza.

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A chamada para o evento propunha “reflexões e discussões sobre temas relacionados à potencialização da produtividade da empresa, aos caminhos para a liderança e protagonismo do gerente”. A realidade, no entanto, é a de corte nos gastos públicos, da supressão de direitos e dos descomissionamentos em massa.

“Em meio a tanta ostentação, não podemos esquecer que temos diversos gestores espalhados pelo Brasil todo que perderam seus cargos ou se viram na obrigação de aderir ao PAI ou PAQ. O que a sociedade e os funcionários necessitam é um banco público que induza o desenvolvimeto do país, e não um banco que organiza eventos com representantes de uma política que precariza o BB para privatizá-lo e cujo "respeito" que expressam é nos deixar sem garantia de atendimento à saúde, entre outros ataques”, acrescenta Claudio Luis de Souza.

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