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Chapéu
FSM2018

Organização dos trabalhadores é essencial para futuro do emprego

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Mesa do Fórum Social Mundial discutiu o avanço da tecnologia e suas consequência no mundo do trabalho
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Foto: Seeb-SP

Salvador – O debate sobre o futuro do trabalho em tempos do avanço da tecnologia sobre os empregos foi o tema da manhã desta quarta-feira 14, na Tenda da CUT no Fórum Social Mundial, realizado em Salvador (BA). Entre os palestrantes, um consenso: a organização dos trabalhadores é essencial para proteger o trabalho.

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A mesa contou com a participação do secretário-geral da Internacional dos Serviços Públicos (ISP), Camilo Rubiano, do economista da Fundação Perseu Abramo, Márcio Pochmann e do secretário-geral da IndustriaAll, Valter Sanches.

A atuação dos bancários e demais trabalhadores do ramo financeiro entrou na pauta de debates. Valter Sanches, da IndustriAll, citou a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria como um marco, referindo-se à cláusula conquistada na última campanha salarial, o centro de requalificação profissional.

Para ele, o futuro não é tenebroso para a categoria, mas a concorrência enfrentada pelo sistema financeiro com o surgimento das criptomoedas pode mudar radicalmente a forma como as pessoas se relacionam com o dinheiro.

“As transações passariam a ser peer to peer, sem a necessidade dos bancos, este seria um ator inexistente neste tipo de negócio, então certamente haverá uma reformulação no mundo do trabalho quando isso acontecer”, explicou.

Mudanças – Pochmann também lembrou que o emprego bancário mudou drasticamente nas últimas décadas, não apenas em números, mas também nas atribuições.

“A categoria não encolheu com o processo de financeirização. Os bancos investiram em tecnologia e modernização. Nos anos 80 tínhamos 1 milhão de trabalhadores bancários, atualmente temos 400 mil trabalhadores, mas temos 1,2 milhões prestadores de serviços na condição de terceirizados que trabalham em bancos”, relevou o economista.

Estes números reforçam a importância da reorganização dos sindicatos, deixando de pensar apenas na profissão ou na área regional de atuação.

“É preciso estar menos fragmentado para estar mais forte para as lutas, o que inclui também a participação dos trabalhadores, porque nos momentos em que os sindicatos tiveram mais sócios, eles conseguiram ampliar nas conquistas e combater a brutalização do trabalho”, finalizou.

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