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Mobilização

Servidores aprovaram continuidade da greve

Linha fina
Após violência de Doria na quarta, manifestação cresceu ainda mais na quinta: cerca de 80 mil se reuniram em frente à Câmara contra PL que ameaça aposentadoria
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Foto: Roberto Parizotti/CUT

São Paulo – A tentativa do prefeito João Doria (PSDB) de intimidar os servidores municipais não deu certo. O funcionalismo público aprovou, na tarde de quinta-feira 15, a continuidade da greve contra o PL 621/16.

A decisão foi tomada em assembleia em frente à Câmara Municipal, no centro de São Paulo, local que na quarta-feira 14 foi cenário de violência brutal da Guarda Municipal e da PM, a mando do prefeito, contra os trabalhadores do município.

Após grande repercussão dos atos de violência, a manifestação de servidores na quinta-feira, em frente à Câmara, foi ainda maior. Segundo entidades, 80 mil pessoas compareceram.

Sindicatos cutistas do funcionalismo municipal, entre eles Sindsep, Sinpeem e Simesp, marcaram presença. 

No mesmo horário da assembleia, a Câmara Municipal realizava uma audiência pública sobre o PL 621/2016, a reforma da Previdência de Doria, chamado PL do Extermínio. No entanto, um forte aparato policial foi chamado para impedir a entrada da sociedade civil - algumas senhas foram distribuídas.

PL do Extermínio – O funcionalismo municipal está em greve desde a sexta-feira 9, contra o projeto de lei 621/2016. Conhecido como PL do Extermínio, o projeto foi encaminhado à Câmara no fim de 2017, incluindo um aditivo de Doria, que prevê aumento na contribuição dos trabalhadores, de 11% para até 19%.  Além disso, o PL irá privatizar parte da Previdência do funcionalismo, com a criação da Sampaprev.

O prefeito, que já anunciou que abandonará o cargo no próximo mês para disputar o governo, não abriu nenhuma frente de diálogo com os trabalhadores e ainda pediu urgência na tramitação do PL. A expectativa do tucano é ter o projeto votado até 31 de março, conforme reuniões da das Comissões de Constituição, Justiça e Legislação Participativa (CCJ) e de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal.

Para o funcionalismo público, que sobrevive sem valorização salarial - o último reajuste dos servidores foi de 0,01%, a renda mensal ficará ainda mais comprometida com o aumento da contribuição.

Presidente do Sindsep, Sérgio Antiqueira pede a retirada imediata do projeto. "Mostramos a força da nossa categoria. O Doria precisa retirar o PL da pauta, ou seguimos parando a cidade".

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