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Chapéu
CUT-SP

Ato por moradia, contra privatizações e pela greve geral

Linha fina
Ato em São Paulo teve críticas à gestão Dória e às medidas golpistas de Michel Temer
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Foto: Paulo Pinto / AGPT

São Paulo - Faltando poucos dias para a greve geral, movimentos de moradia e sindical deram uma demonstração do quanto a população tem se mobilizado pra barrar as ameaças aos direitos e o que significa a retirada de programas sociais. Na manhã desta quarta 19, as ruas do centro de São Paulo foram tomadas por manifestantes vindos de diferentes pontos da cidade.

O ato desta quarta foi organizado pela Central de Movimentos Populares (CMP) e União dos Movimentos de Moradia - São Paulo (UMM), com apoio dos movimentos que compõem a Frente Brasil Popular São Paulo – entre eles a CUT-SP. A militância Cutista também distribuiu jornais e dialogou com a população.  

Os participantes, a maioria de trabalhadores sem teto, marcharam da Praça da República até a sede da Prefeitura de São Paulo criticando a falta de políticas relacionadas à área de habitação da gestão João Dória, que completou na semana passada 100 dias de governo.

Também houve falas contrárias às investidas do prefeito de entregar à iniciativa privada as gestões dos equipamentos públicos da cidade, como parques, bibliotecas e centros culturais, a venda de espaços como o centro de eventos Anhembi, o estádio do Pacaembu e o autódromo de Interlagos, assim como a pouca transparência nas doações de empresários pelo tucano.

“Temos um prefeito que quer privatizar São Paulo, que percorre o mundo para oferecer a cidade como negócio e não aponta solução para os problemas efetivos daqui. Além disso, ele tem se especializado em ações midiáticas e pirotecnias para confundir a população”, afirmou o presidente da CUT-SP, o professor Douglas Izzo.

Já a vereadora Juliana Cardoso falou da necessidade de monitorar os projetos em tramitação que irão prejudicar a cidade. “É preciso ficar muito atento ao que acontece na Câmara Municipal. Lá está um projeto de Lei, que pode ser votado nas próximas semanas, que é o projeto base do pacote de venda e privatização dos prédios públicos. E não podemos deixar isso seguir adiante”.

Reforma trabalhista - Outra questão presente no ato foram os ataques do governo golpista e sua base do Congresso Nacional contra os direitos da classe trabalhadora.

No início da noite de terça 18, o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM) realizou votação do texto substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 6.787, de reforma da legislação trabalhista, mas sofreu derrota junto com o governo, pois obteve 230 votos, enquanto precisava de 257 para que fosse aprovado. No entanto, nesta quarta 19 ele voltou a manobrar e desrespeitar o Regimento Interno da Câmara, bem ao stilo Eduardo Cunha, e conseguiu aprovar o regime de urgência para a Reforma Trabalhista.

Diante desses ataques, Douglas Izzo reforçou aos participantes do ato o chamado da greve geral que vai parar o país por 24 horas na sexta-feira 28 contra Michel Temer (PMDB), que pretende fazer as reformas da Previdência e a trabalhista, além de ter aprovado a terceirização sem limites. “E, após esse dia de êxito dos trabalhadores parando o país contra os golpistas, teremos um grande ato político na Avenida Paulista no dia 1º de Maio”.

Servidor púbico e secretário de Mobilização da CUT-SP, João Batista Gomes disse que, diante de um cenário com políticos que governam somente para a elite e empresários, a única saída é a resistência nas ruas. “Para nós, trabalhadores, só resta sair às ruas defender nossos direitos e moradia para todos, pois esse prefeito, governador e o presidente golpista só sabem acabar com o que conquistamos com anos de luta”.

Desde que o golpe foi consumado, no ano passado, os brasileiros têm assistido a cada dia seus direitos sendo retirados, agravando ainda mais o quadro de instabilidade política e econômica do país. Pesquisa CUT/Vox Populi, divulgada em meados de abril, mostra que 93% dos entrevistados rejeitam qualquer tipo de mudança nas regras da aposentadoria.

Segundo a mesma pesquisa, Temer tem somente 5% de aprovação, o maior recorde negativo de um presidente da República. Nesta semana, até o Papa Francisco se recusou a visitar o Brasil por conta da situação do país que, nas palavras do pontífice, são "os mais pobres" que pagam "o preço mais amargo" por "soluções fáceis e superficiais para crises".

Reaja - A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, lembra que é preciso manter a pressão sobre os parlamentares para que eles votem contra as reformas da Previdência e trabalhista. Ela convoca os bancários e demais categorias a enviar e-mails aos deputados dizendo que se votarem a favor não serão reeleitos. Também chama todos a participar da greve geral contra as reforma de Temer, marcada para 28 de abril.

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