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Chapéu
Denúncia

Doria ameaça despejar cooperativas de catadores

Linha fina
Guarda Civil Metropolitana tentou lacrar duas cooperativas no bairro do Glicério. Trabalhadores conseguiram impedir a ação e pedem diálogo ao prefeito
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Foto: Rreprodução / TVT

São Paulo – Catadores de materiais recicláveis de São Paulo se reuniram na quarta-feira 5, na região do Glicério, para protestar contra as ameaças de despejo que a categoria vem sofrendo por parte da gestão do prefeito João Doria (PSDB). No sábado 1º, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) tentou lacrar a Cooperativa de Catadores da Baixada do Glicério (CooperGlicério) e a Associação de Catadores Nova Glicério. A medida faz parte do programa Cidade Linda, criado pelo prefeito. Segundo o Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável (MNCR), "após diálogo dos catadores, a situação foi revertida".

As duas cooperativas, que funcionam há mais de 10 anos, integram cerca de 120 catadores e são responsáveis por retirar das ruas da capital paulista quase uma tonelada de resíduos por mês, sem receber nada da prefeitura pelo serviço prestado.

Maria Aparecida Dias da Costa, presidenta da CooperGlicério, pede diálogo: "Não deram o direito da gente falar. Nada. A alegação deles é que não temos o termo de uso da área, e que a gente está em uma área de risco", explica Maria Aparecida, em entrevista à repórter Michelle Gomes, para o Seu Jornal, da TVT.

As ações contra a CooperGlicério e Nova Glicério não são casos isolados. De acordo com o MNCR, na cidade de São Paulo existem cerca de 100 cooperativas e muitas delas vêm sofrendo ameaças de despejo pela gestão Doria.

"Várias cooperativas já vieram nos procurar, porque estão recebendo intimações para serem mudadas de espaço ou serem fechadas. Fora isso, nós temos ainda também os catadores em situação de rua. Também estamos recebendo denúncias de que algumas carroças estão sendo apreendidas", afirma Roberto Rocha, do MNCR. 

O vereador Eduardo Suplicy (PT) e Simão Pedro, ex-secretário de Serviços Urbanos da gestão Haddad, protocolaram nesta terça-feira 4 pedido de audiência com o vice-prefeito, Bruno Covas (PSDB), responsável pelas subprefeituras da capital, para iniciar diálogo com os catadores.

"Como houve, no sábado 1º tentativa de lacrar, estamos buscando um entendimento para não se fechar esse lugar. Ao contrário, (precisamos) prover melhores condições de trabalho aos catadores", ressalta Suplicy. 

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