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Chapéu
Luta por direitos

LGBTs se unem na greve geral

Linha fina
Grupo se organiza para participar da paralisação nacional e promove manifestação na zona oeste de São Paulo, na sexta-feira 28
Imagem Destaque
Arte: Reprodução / Facebook

São Paulo – Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais vão marcar presença na greve geral convocada para sexta-feira 28. Um evento no Facebook criado na quarta-feira 26 convoca um Bloco LGBT na Greve Geral, com concentração às 15h, atrás da entrada principal do metrô Faria Lima, no Largo da Batata. Em poucas horas o grupo já soma mais de 1,6 mil pessoas confirmadas ou interessadas em participar.

“Foi tudo bem rápido”, explica Natalia Pinheiro, uma das organizadoras. “Eu e a Débora (Baldin, outra das organizadoras) somos militantes LGBT, mas estamos inseridas em outros espaços com debates plurais. E nós já estaríamos presentes no ato. A Débora levantou a ideia e logo já somei a outras pessoas”, afirmou.

Natalia lembra que o governo Temer e o Congresso já vêm avançando na retirada de direitos, o que torna ainda mais urgente a mobilização contra os retrocessos.

“Já estão nos tirando a pouca estrutura que conquistamos com muitos anos de luta, os programas que garantiam a proteção a direitos previamente conquistados, além da omissão do Estado em relação a temas críticos, como a segurança pública. A extinção do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, e os cortes nos gastos do governo em áreas cruciais como educação e saúde nos afetam diretamente, ameaçando direitos antes assegurados à população LGBT. Nesse contexto, as reformas trabalhista e previdenciária nos afetam diretamente”, defendeu.

Dezenas de setores já declararam que irão aderir à greve. Trabalhadores dos transportes coletivos, professores e servidores da saúde pública, por exemplo, confirmaram participação. Os bancarios não ficarão de fora: em votação realizada em assembleias em dezenas de locais de trabalho, 82% dos trabalhadores que votaram definiram pela participação da categoria na greve geral.

Maikon Azzi, dirigente sindical e coordenador do coletivo LGBT do Sindicato, reforça a importância da luta contra a retirada de direitos.

“Sabemos que a população LGBT sofre perseguição e discriminação no local de trabalho, mas travestis e transexuais serão os mais afetados com as reformas que o governo ilegítimo quer aplicar. Isso porque não há espaço no mercado de trabalho para esse público, por intolerância, preconceito e ignorância das empresas brasileiras. Por isso devemos estar presentes no dia 28 e dar um basta no retrocesso e avançar em busca de novos direitos e igualdade”, afirmou o dirigente.

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