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Crise

Correios tem prejuízo de R$ 2 bilhões

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Em audiência na Câmara, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios critica rumo tomado pela direção e aponta para ameaça de privatização
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Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

São Paulo – Em reunião da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, na quinta-feira 11, o presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Guilherme Campos, anunciou um prejuízo de R$ 2,1 bilhões em 2015. Na mesma reunião, o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios, José Rivaldo da Silva, afirmou que as medidas tomadas pela direção da empresa não são suficientes para superar a crise e seguem no caminho da privatização.

Segundo ele, ações como suspensão de férias e anúncio de demissão incentivada são uma forma de assédio e trazem insegurança aos empregados. Silva aponta como caminho o investimento na eficiência da entrega de correspondência, que ainda representa 50% do faturamento da empresa. 

Porcentagem que, segundo ele, seria maior se houvesse mais funcionários na ponta para melhorar a entrega. “Porque em 2008 a empresa tinha 127 mil trabalhadores e, com o último plano de demissão, vai ficar com 112 mil. Ou seja, são 15 mil pessoas fora da empresa e continuamos dando conta do recado.”

O presidente da ECT afirmou que a crise está se agravando cada vez mais na instituição com a presença de novas tecnologias. Os Correios, alertou ele, não detém mais o monopólio da comunicação, e precisa se modernizar.

"A dramaticidade dos números é muito forte. Nós tivemos em 2015 um prejuízo de R$ 2,1 bilhões. Os resultados de 2016 ainda não estão fechados, mas também há um prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões. A necessidade de transformações torna-se evidente."

Dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que, entre 2011 e 2016, a despesa dos Correios cresceu 53,5% e a receita, 32,8%. Mas, em relação aos trabalhadores, os gastos são equivalentes aos de outras empresas similares no mundo.

O coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Correios, deputado Leonardo Monteiro (PT-MG), criticou a intenção do governo federal de fechar agências justamente nas pequenas cidades.

"Nós somos contra, estamos juntos com os trabalhadores, com a população brasileira que confia nos Correios como uma das empresas sérias do país. Portanto, precisamos viabilizar as condições para que continuem sendo uma empresa pública e de qualidade."

Os Correios têm cerca de 11 mil agências instaladas em 5.570 municípios. Há 354 anos, a empresa detém o monopólio dos serviços postais no Brasil. 

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