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Chapéu
Negociação

Desconto da greve será pauta de reunião com Caixa

Linha fina
Banco fez desconto, apesar de liminar proibir e em mesa na quinta 25 Sindicato vai cobrar reversão; empregados também querem fim do descomissionamento de bancárias em licença-maternidade e a chamada verticalização, mais uma medida que ataca a função social de instituição financeira pública
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Foto: Mauricio Morais

São Paulo – Em reunião na quinta-feira 25, em Brasília, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa vai negociar com a direção da empresa o não desconto da paralisação do dia 15 de março e da greve geral do dia 28 de abril, contra as reformas de Temer e o desmonte dos bancos públicos, que contaram com grande adesão dos empregados do banco. O movimento sindical já conseguiu liminar na Justiça impedindo o desconto até que ele seja negociado com os trabalhadores. Apesar disso, o banco fez o desconto.

“Vamos cobrar a reversão do dia descontado no salário dos trabalhadores. Temos a liminar a nosso favor. Além disso, a greve é prevista por lei e os bancários não podem sofrer retaliações por terem lutado por seus empregos e direitos”, afirma o coordenador da CEE e diretor executivo do Sindicato, Dionísio Reis.

Outro problema que será debatido é o descomissionamento de bancárias em licença maternidade, previsto na nova versão da RH 184, implementada em 9 de maio. Além de outras alterações que não foram negociadas com o movimento sindical.

Também estão na pauta da mesa de negociação o processo de verticalização nas agências, prevendo que para manter suas funções, o gerente PJ terá que ter uma carteira de pelo menos 300 contas qualificadas e o gerente PF carteira com 900 contas qualificadas, ou seja, contas com clientes de alta renda, que não correspondem ao caráter social que o banco público desempenha. Além disso, será discutido o projeto de reestruturação, com fechamento de agências e retirada de funções.

“Voltaremos a reivindicar também contratações já. Milhares de empregados saíram por conta de programa de aposentadoria voluntária e o banco não contratou no lugar, o que sobrecarrega os que ficam e precariza ainda mais o atendimento à população”, destaca Dionísio. “Todas essas medidas visam ao desmonte do banco”, reforça.

> Leia cartilha Em Defesa dos Bancos Públicos

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, a Caixa extinguiu 4.320 postos de trabalho em apenas quatro meses (janeiro a abril deste ano).

Outros pontos da pauta serão: pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) pelo lucro líquido recorrente; volta dos Processos Seletivos Internos (PSIs); o pagamento correto das horas extras com adicional de 100% para o trabalho aos sábados e o descumprimento pelo banco do compromisso de informar aos sindicatos as agências que iriam abrir no final de semana, assumido junto à Procuradoria Regional do Trabalho; e Sistema de Ponto Eletrônico (esclarecimento sobre a retirada do aplicativo que impedia irregularidades na marcação do ponto).

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