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São Paulo

Metroviários ameaçam greve contra ‘pauta de retrocessos’

Linha fina
Sem avanço nas negociações, metroviários fariam assembleia na noite de terça 30; "Em vez de dialogar sobre as melhorias que pedimos, alguns inclusive que não acarretam em gasto algum para a empresa, os diretores só querem falar de redução de direitos", afirmou o diretor do sindicato
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Foto: Metrô SP

São Paulo – Após um mês de negociações, não houve avanços na campanha salarial deste ano e, segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo Alex Fernandes, a direção do Metrô de São Paulo apresentou um índice muito baixo de reajuste e os itens incluídos na proposta de acordo coletivo da companhia são “um retrocesso para a categoria”. “Em vez de dialogar sobre as melhorias que pedimos, alguns inclusive que não acarretam em gasto algum para a empresa, os diretores só querem falar de redução de direitos”, afirmou o sindicalista.

Os trabalhadores querem reajuste salarial de 6,08%, mais 6,71% (produtividade). Também reivindicam reajuste de 7,5% no vale-refeição e vale-alimentação de R$ 662,38. Outros pedidos são a retomada das progressões de carreira atrasadas, novas contratações e reposição do quadro, pagamentos nos dias 15 e 30 – item mudado unilateralmente pelo Metrô no ano passado, para os dias 20 e 5 –, adicional de risco de vida de 30% sobre o salário e reintegração dos demitidos na greve de junho de 2014.

Sobre os demitidos, a Justiça do Trabalho deu ganho de causa aos metroviários em todas as instâncias até agora. O processo aguarda a decisão final no Tribunal Superior do Trabalho (TST), que não tem data para julgá-lo. A categoria teve uma nova reunião com a diretoria da empresa na manhã de terça 30 e às 18h30 realizaria assembleia na sede do sindicato, na qual a proposta de greve seria discutida. Os profissionais estão em estado de greve desde a semana anterior.

Na manhã de terça 30, o Metrô ofereceu uma proposta de reajuste total de 3,71% e aplicação do mesmo índice para os vales refeição e alimentação. “A proposta representa o esforço da Companhia em manter, sem exceção, toda a sua ampla gama de benefícios oferecidos aos seus empregados, reconhecidamente uma das melhores do mercado, reajustando os valores de acordo com o índice de inflação do período e com a capacidade econômico-financeira da empresa, com o bom senso e a responsabilidade que um Acordo Coletivo dessa magnitude exige, especialmente diante do cenário atual”, informou o Metrô, em nota.

A proposta de acordo coletivo apresentada pelo Metrô estabelece que nenhuma nova cláusula poderá ser incluída no acordo coletivo. Entre os pontos considerados como retrocesso pela categoria, estão: limitar o adicional noturno até 5h da manhã – atualmente vale até as 6h –, diminuir o adicional de horas extras de 100% para 50% nas duas primeiras horas, acabar com o plano de saúde do Metrus – plano previdenciário do Metrô –, entre outros pontos.

Para Fernandes, a situação atual dos metroviários é um exemplo do que pode ocorrer no país com a aprovação da reforma trabalhista no Congresso Nacional. “Se com um sindicato atuante e amparo da lei, os executivos não se intimidam em propor um acordo que só retira direitos, imagine o que vai ocorrer se reduzirem o poder das organizações e determinarem que o negociado vale mais que a legislação?”, ponderou. “Mas nós estamos na luta e se não houver avanços teremos uma nova paralisação dos metroviários”, completou o dirigente.

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