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Chapéu
Banco do Brasil

Assédio e pressão por vendas marcam gerência de PSO

Linha fina
Ao priorizar oferta de produtos bancários nos caixas, gestor ameaça funcionários e negligencia atendimento à população
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Arte: Linton Publio

Uma série de e-mails tem constrangido caixas e gerentes de módulo do BB em São Paulo. O autor das mensagens, repletas de assédio moral, intimidações e pressão por vendas de produtos, é um gerente de segmento de PSO (rede de caixas), que também faz ameaças verbais, e que adota esse tipo de comportamento no banco desde seu primeiro cargo de gerência, há mais de dez anos.

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Prática adotada com maior frequência desde novembro do ano passado, a venda de produtos durante o atendimento no guichê é rechaçada pelo Sindicato, uma vez que a função de caixa é cuidar do numerário. A prática configura acúmulo de função e apresenta riscos aos bancários e à instituição. "Isso é um retrocesso. Quando foram separados da questão negocial, os caixas passaram a trabalhar com foco na segurança. Voltar a atuar com vendas expõe os trabalhadores a um risco maior", ressalta o dirigente sindical e bancário do BB Antônio Netto.

BB parabeniza ‘caixa’ que deixou de exercer sua função para vender produtos

Alguns funcionários relataram ao Sindicato terem recebido nos últimos dias mais de 80 e-mails com cobranças, ameaças e até ironias por parte do gerente. Em um deles, o gestor ressalta que caixas das agências mais centrais e com mais funcionários se empenham mais que os dos locais de trabalho periféricos, afetados ainda mais pelo desmonte do BB. 

“O pessoal de (...) (dos dois SOP mais pesados que temos) mostram (sic) que com atitude é possível. Eu no lugar dos Gerentes que não entregam (e nunca entregam) já estaria incomodado e principalmente...preocupado. só avisando", escreveu.

“Há uma disparidade absurda se compararmos essas agências mais centrais, cujo pessoal ele elogia, com as periféricas, que cada vez têm menos funcionários atuando nas unidades e ainda são ameaçados. Há uma precarização das condições de trabalho nestas últimas, com muitas agências funcionando apenas com um caixa e um gerente, e com uma demanda muito grande”, acrescenta Antônio Netto.

Negligência

Além do obsessivo assédio praticado pelo gerente, o gestor deixa a desejar também em suas atribuições básicas. No último quinto dia útil do mês, uma mudança operacional administrativa deixou indisponíveis diversos terminais de autoatendimento sob sua gestão, prejudincando  clientes e deixando as agencias em estado de caos. "Fazer a mudança justamente no quinto dia útil demonstra que as funções essenciais da PSO de garantir o atendimento e a disponibilidade de terminais estão sendo negligenciadas. Mandar e-mail cobrando venda e praticar assédio parece ter virado prioridade dos gestores", conclui o dirigente.
 

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