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Cobrança e assédio moral crescem no BB

Linha fina
Funcionários denunciam que têm de dizer quanto irão cumprir da meta antes de iniciar o expediente
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São Paulo – Não bastassem as sucessivas mensagens recebidas em e-mail e torpedos, nas quais constam ameaças de descomissionamento, demissão e transferências unilaterais para as chamadas “mesas de crédito”, os bancários de agências agora têm de adivinhar quanto venderão para os clientes.

De acordo com a diretora do Sindicato Adriana Ferreira, todos os dias, pontualmente às 9h30, o gerente deve registrar no site da Superintendência o que vai vender em produtos e quanto concederá em crédito no dia. “Os funcionários estão sendo orientados, inclusive, a 'ousar' no registro. Isso é irreal, principalmente em um mercado dinâmico e competitivo como esse”, relata a dirigente, explicando que mesmo se o bancário conseguir cumprir a meta, não há redução para o dia seguinte.

Segundo a dirigente sindical, os responsáveis por essa prática são Sérgio Perez, da Disap (Diretoria de Distribuição São Paulo), e o novo superintendente estadual, Gerôncio Paes de Luna Filho.

“O banco extrapolou qualquer bom senso. O gerente agora é medido individualmente e diariamente, de forma irreal e tem de ficar em evidência se quiser manter sua função comissionada, colocando em risco até sua saúde”, critica Adriana. “A superintendência regional norte está determinando, por exemplo, que o funcionário extrapole jornada até bater a meta registrada no período da manhã. Essa lógica de gestão do banco, na qual o gerente regional, para ser superintendente e, depois, diretor, extrai lucro à custa da saúde do funcionário tem de acabar. Queremos discutir o fim dessa política, das ameaças de descomissionamento e para que haja critérios transparentes para ascensão profissional. O debate tem de ser feito inclusive com o governo, pois a situação tem piorado todos os dias no BB”, completa Adriana.

O Sindicato reivindicou que seja agendada reunião com o superintendente estadual para discutir essas e outras queixas dos trabalhadores.


Jair Rosa - 21/6/2013

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