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Desvio de função e assédio moral no Santander

Linha fina
Funcionários de outras funções são obrigados a abrir contas universitárias fora do horário de expediente; gerentes têm ranking individual divulgado
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São Paulo – É sabido que a sobrecarga de trabalho e a pressão pelo cumprimento de metas abusivas fazem parte da rotina dos bancários. O Santander não foge à regra e ainda inova na exploração. Sua mais recente invenção é a convocação de estagiários, caixas, assistentes e coordenadores para percorrer faculdades da capital paulista em busca da abertura de contas para universitários.

Informações dão conta de que os caixas são obrigados a participar da campanha após o horário de expediente, o que caracteriza jornada dupla de trabalho.

De acordo com o dirigente sindical João Roberto, ao mesmo tempo em que o banco desloca bancários de outras áreas para essa função, demite funcionários. “Apenas na base do Sindicato o banco mandou embora centenas nos últimos meses, ou seja, o quadro está reduzido. Aí vem essa campanha de abertura de contas universitárias, que transfere funcionários de outras áreas para essa tarefa, o que caracteriza desvio de função e acarreta em sobrecarga de trabalho”, afirma.

Divulgação de ranking – Não é só o desvio de função e o trabalho fora do horário de expediente que os estagiários e funcionários do Santander estão tendo que tolerar. A direção do banco vem divulgando o ranking de metas individuais, o que é proibido pela cláusula 35 da Convenção Coletiva do Trabalho.

Para o sindicalista João Roberto, essa prática é uma clara forma de pressão.  “Os trabalhadores são ameaçados por piadinhas dos seus gestores a muitos são demitidos por má performance, quando na verdade, a falta de funcionários faz com que raramente os 100% do Super Ranking seja atingido”, ressalta.

O dirigente lembra que o lucro gerado pelos trabalhadores brasileiros do banco espanhol responde por 26% do total no mundo inteiro. "Portanto esses funcionários merecem respeito por parte do banco, que lucrou R$ 1,5 bilhão apenas nos primeiros três meses do ano, graças, muito em parte, às demissões e às altas tarifas cobradas dos clientes, que, em troca, recebem um péssimo serviço ocasionado pela falta de funcionários", acrescenta João Roberto.

"Estamos atentos a esses problemas e, caso o banco nao mude de postura, o Sindicato buscará formas concretas de de pressão e protesto", finaliza.


Rodolfo Wrolli – 18/6/2013

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