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Chapéu
Touro Louco

Atos denunciam irresponsabilidades do Santander no mundo

Linha fina
Em protestos na Torre, Casa 1, Casa 3 e Vila, dirigentes sindicais conversaram com bancários e população sobre más práticas do banco espanhol em diversos países
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Foto: Reprodução / TVB

São Paulo – Sete ex-executivos do Santander foram ouvidos, na segunda-feira 12, pela Justiça espanhola por suposta lavagem de dinheiro. A data foi escolhida por trabalhadores do banco espanhol em vários países para a realização de protestos que denunciaram, além da suspeita de crime financeiro, as más práticas da instituição no mundo. No Brasil, dirigentes sindicais protestaram na Torre, matriz do banco, e em mais três centros administrativos da instituição: Vila Santander, Casa 1 e Casa 3.

“Estamos aqui para tornar pública a forma como age o Santander no Brasil, ao demitir trabalhadores apesar de ter o maior lucro do grupo; nos EUA, onde a direção do banco persegue bancários que querem se organizar em sindicatos; em Porto Rico, no qual atua como um dos principais arquitetos de uma dívida que está acabando com a economia e a população da ilha; e na Espanha, com a suspeita de lavagem de dinheiro”, explicou a diretora executiva do Sindicato e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani.

Durante os atos, os dirigentes distribuíram o jornal Sindical Santander contendo reportagens sobre a atuação do banco em cada um dos países citados. Levaram faixas e cartazes e falaram ao microfone para os bancários e a população. Além das sérias denúncias, personagens vestidas de touro, toureiro e dançarina espanhola deram conta da parte lúdica do protesto na Torre, onde fica a diretoria do banco no Brasil.

Investigação – Aos trabalhadores, clientes e pessoas que passavam pela frente da matriz do banco, o presidente da Afubesp (Associação de Funcionários do Grupo Santander, Banesprev e Cabesp), Camilo Fernandes, fez um breve resumo das investigações na Espanha. “Em 2011, iniciou-se uma investigação por conta do problema do HSBC suiço. Um alto executivo do HSBC divulgou uma lista, a chamada lista Falciani, com nome de vários supostos sonegadores e, entre eles, o então presidente do grupo, Emilio Botín, falecido em 2014. E o banco Santander está sendo investigado agora nesse esquema de lavagem de dinheiro, portanto, hoje é um dia importante.”

Corte de empregos – O dirigente também citou os cortes de emprego no Brasil. “Como o banco é global, infelizmente faz suas maldades e irresponsabilidades também de forma global. O Brasil responde por 26% do lucro do conglomerado, e é justamente aqui que o banco demite, enquanto que em outros países, com lucratividade menor, não há demissões. Aqui foram mais de 3 mil postos de trabalho encerrados em um ano [março de 2016 a março de 2017]. E em geral são dispensados os trabalhadores com mais tempo de casa, perto do período pré-aposentadoria e os trabalhadores adoecidos, ou seja, os que mais precisam do emprego”, relatou Camilo.

Prática antissindical – Maria Rosani informou que há mais de dois meses dirigentes sindicais, a UNI Finanças Mundial (que faz parte do sindicato global UNI Global Union) e representantes de entidades nos Estados Unidos entregaram à direção do Santander uma reivindicação para que o banco assinasse um acordo de neutralidade que garanta aos funcionários naquele país o direito de se sindicalizar. 

Além disso, segundo a dirigente, o Sindicato entregará à Superintendência de Relações Sindicais do banco no Brasil uma carta reiterando o pedido de assinatura do acordo de neutralidade. Os dirigentes brasileiros solicitam que a Superintendência encaminhe a carta à presidenta mundial do grupo, Ana Botín. 

“Nos EUA estão 1/3 dos bancários do mundo, mas eles não estão organizados em sindicatos. E o Santander naquele país persegue os trabalhadores que querem se organizar e lutar por seus direitos. O resultado disso é que os bancários de lá ganham muito pouco. Por isso reivindicamos que o banco assine o acordo de neutralidade, para que os bancários possam criar seu sindicato.”

Maria Rosani destacou também a situação crítica de Porto Rico, território norte-americano que, por conta das condições perversas impostas por banqueiros, entre eles altos executivos do Santander, viu crescer uma dívida pública que hoje é maior que seu PIB. “A população de Porto Rico sofre com desemprego, aumento da pobreza e corte de gastos públicos que resultaram em fechamentos de hospitais e escolas. O Santander foi um dos credores dessa dívida, que aumentou como uma bola de neve por conta da capitalização dos juros, e agora, três de seus ex-diretores fazem parte da junta que, para ‘resolver’ a dívida, determinou um ajuste fiscal cruel. Ou seja, o banco é um dos principais arquitetos da dívida e agora determina um remédio amargo para o povo portorriquenho.”

 

 

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