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Chapéu
No “ano do atendimento”

Banco do Brasil não vai mais receber impostos nos caixas

Linha fina
Medida discriminará população que não é correntista da instituição e ajuda a reforçar a tese de que a função de caixa é desnecessária
Imagem Destaque
Arte: Marcio Baraldi

São Paulo – O Banco do Brasil anunciou que os caixas das agências não receberão mais taxas, multas, impostos municipais e guia da dívida ativa da prefeitura a partir de 3 de julho. O pagamento desses encargos só poderá ser efetuado nos canais de autoatendimento, como caixas eletrônicos e internet banking. 

A decisão se deu justamente quando a própria instituição denominou 2017 como o ano do atendimento. “A novidade soma-se a outras medidas que atestam que a direção do banco não dá a menor importância para os clientes e bancários”, critica a dirigente sindical Silvia Muto, que destaca o fechamento de mais de 400 agências e a eliminação de 10 mil postos de trabalho. 

Sílvia ressalta que a medida também é prejudicial aos funcionários porque reduz significativamente as autenticações realizadas pelos caixas, ajudando a justificar a tese do banco de que a função de caixa é obsoleta no sistema financeiro.

“Essa mudança irá discriminar uma parcela considerável da população que não tem acesso aos canais virtuais ou aos caixas de autoatendimento porque não são correntistas”, alerta Sílvia. “Recebimento de impostos é uma função pública, e o Banco do Brasil é um banco público, por isso tem o dever social de atender a população sem qualquer tipo de marginalização”, finaliza a dirigente.

Em meio ao processo de encolhimento do banco público, o movimento sindical conseguiu a efetivação de cerca de 600 caixas de todo país, que estavam em esquema de substituição a mais de 90 dias.

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