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Chapéu
Resistência

CUT convoca greve geral para enterrar reformas

Linha fina
Derrota do governo Temer no trâmite da reforma trabalhista foi importante, mas luta contra destruição da CLT permanece a todo o vapor. Cruze os braços no dia 30 e pressione os senadores por e-mail. Reaja!
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Foto: CUT/SP

São Paulo - Diante do revés sofrido pelo governo Temer (PMDB) no trâmite da reforma trabalhista (PLC 38/2017), o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, voltou a convocar todos os trabalhadores do país para a greve geral. "Com a greve do dia 30 poderemos enterrar de vez as reformas", disse, segundo o site da CUT. “Tem de ser mais forte do que foi a do dia 28 de abril", acrescentou.

Vagner falou na terça 20, logo após o relatório do governo para a reforma trabalhista ser rejeitado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. Foram 10 votos a 9 contra o parecer do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES). O texto segue para outra comissão e, depois, para o plenário.

> Destruição dos seus direitos pode ser votada até o fim do mês

“A luta dá resultado, pode demorar um pouco, mas dá resultado, sempre deu. Fizemos a maior greve geral da história e não era possível que não desse resultado nenhum. E nosso trabalho está certo porque estamos indo aos municípios dizer que quem votar a favor (das reformas) não vai se eleger. Não adianta querer morrer abraçado com o Temer, porque ele tem prazo de validade. Deputado e senador que quiser se eleger precisa do voto do povo e o povo não vai votar em que acabou com o trabalho dele, com a carteira assinada dele, com as férias e com a aposentadoria”, apontou Vagner.

A presidenta eleita do Sindicato, Ivone Silva, também se manifestou sobre a votação no Senado: "Tivemos um prova hoje, com a derrota do governo no Senado, de que a pressão dá resultados. É preciso continuar pressionado os deputados e senadores. Eles precisam saber que não vão ter votos em 2018 se não rejeitarem essas propostas de desmonte da Previdência e de direitos".

Além da participação nas mobilizações e adesão à greve geral, é necessário mandar e-mails para os senadores afirmando que se a reforma passar, eles nunca mais serão reeleitos.

> Clique aqui para mandar e-mails para os senadores.

Esquenta - Além da vitória na CAS, o 20 de junho foi marcado pelo Dia Nacional de Mobilização, um "esquenta" para a greve geral. Desde as primeiras horas do dia, em todo o país, milhares de trabalhadores compareceçam a locais de trabalho e de grande aglomeração de pessoas para reforçar a convocação da paralisação.

> "Esquenta" para a greve geral vai a todos os bancos em SP

No início da noite, a mobilização da CUT, demais centrais e movimentos sociais foi na Praça da Sé, centro de São Paulo. Lá, os participantes comemoraram a derrota sofrida pelo governo, mas lembraram ser preciso permanecer nas mobilizações, já que a CAS foi apenas uma das etapas do processo até chegar ao plenário.

“Iremos permanecer nas ruas para derrotar as medidas de um governo que não tem legitimidade. Como vimos neste dia 20, a classe trabalhadora já demonstrou que seguirá na luta para impedir qualquer retrocesso nos diretos”, afirmou o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo.

O ato começou com chuva por volta das 17h. Mesmo com a adversidade climática, segundo matéria da Rede Brasil Atual, as pessoas não​ deixaram o local e foram se aglomerando, próximas ao carro de som, que embalou a multidão com músicas de artistas como Zé Ramalho e Luiz Gonzaga.

O clima de festa junina seguiu ao som da sanfona em ato cultural e político, parte do que as centrais chamam de Junho de Lutas.

O clima de 'arraiá' seguiu até as 18h, quando o grupo de rap Pânico Brutal tomou o palco para deixar seu recado contra o governo Temer, e também com críticas ao governador Geraldo Alckmin.

O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, reafirmou a importância de união das centrais e movimentos progressistas. "Estamos dialogando sobre a importância de barrar as reformas. A CUT está aqui com muito orgulho. Temos uma central de homens e mulheres. Não podemos pensar em permitir os avanços contra a classe trabalhadora. Nem a ditadura teve tanta ousadia contra nós. Tivemos vitórias, hoje no Senado foi importante. Vencemos a batalha, mas precisamos vencer a guerra."

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