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Chapéu
Resistência

Seminário lança carta em defesa das empresas públicas

Linha fina
No documento, entidades representativas de trabalhadores de diversas estatais reafirmaram posicionamento contrário à privatização e defenderam o fortalecimento dessas empresas
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Foto: Fenae

São Paulo - Uma carta aberta repudiando projetos de privatização do governo Temer foi um dos destaques do Seminário em Defesa das Empresas Públicas. O documento afirma não ser possível um país ser soberano se as empresas estatais "passarem às mãos do capital privado, cujo único interesse é a lucratividade".

O documento, ainda a ser divulgado na íntegra, é assinado pelas entidades que participaram dos debates, realizados na quarta 7, em Brasília. O seminário contou com representantes das Apcefs, Fenae, sindicatos, federações e de entidades de classe representativas de trabalhadores de diversas estatais federais e estaduais como a Federação Nacional dos Petroleiros (FUP), Associação Nacional dos Empregados do Banco do Nordeste, Banrisul e Banpará, entre outros.

O lançamento da carta foi o desfecho dos debates sobre as ameaças ao patrimônio público que pairam no Congresso, segundo matéria da Fenae.

Retrocessos - Segundo o advogado e professor universitário Luiz Alberto dos Santos, já é possível verificar o estrago causado pelo ajuste fiscal adotado por Temer, especialmente na redução salarial e de pessoal, que levaram os investimentos de 2016 a patamares de 2008 "Uma redução geral que afeta, particularmente, às empresas do grupo Eletrobrás. Os investimentos na infraestrutura e no setor elétrico estão sofrendo redução. Essa política tem afetado também as empresas do setor produtivo e do setor financeiro, como os bancos públicos".

Neuriberg Dias, analista político e assessor legislativo do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), afirmou que "no atual cenário político, a agenda do mercado é a que vai prevalecer. Com a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e os projetos específicos dirigidos às empresas públicas -que altera o estatuto jurídico das estatais, transformando-os, o quadro é de desafio para o movimento sindical”.

Ele apontou dois caminhos de resistência. O primeiro, imediato, é intensificar a mobilização. O segundo, em 2018, votar em quem, de fato, represente a classa. "Precisamos de mais representantes dos trabalhadores na Câmara e no Senado".

Rita Serrano, coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, destacou o alto nível das discussões e a unidade dos trabalhadores das mais diversas áreas que estão na mira. "O bom nível dos debates possibilitou uma unidade fundamental nesse momento, inclusive com a apresentação de propostas e estratégias às quais deveremos dar encaminhamentos", disse, segundo matéria da Fenae.

O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, reformou ser a defesa do estado o grande objetivo dos trabalhadores, segundo ele, os principais defensores das empresas estatais. "Nós já vivemos a ameaça de privatização nos anos 1990 e somente com nossa luta e união foi possível assegurar que muitas estatais não fossem privatizadas. A Fenae se coloca mais uma vez nesse embate, para defender o estado brasileiro forte para todos nós".

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