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Campanha Nacional dos Bancários define calendário de negociações

Linha fina
Negociação continua na próxima semana (19) para discutir saúde e condições de trabalho; dia 25 o tema será emprego e dia 1º as cláusulas econômicas
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12/07/2018 - Nesta quinta-feira (12), o Comando Nacional dos Bancários se reuniu com representantes da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) para a segunda rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada.

Após cobrança dos trabalhadores, os bancos não assinaram o pré-acordo garantindo a ultratividade, princípio que garante a manutenção das clausulas da CCT  até a assinatura da nova convenção. Esse pré-acordo é necessário em função da nova legislação trabalhista, que precariza as relações de trabalho. Ficou definido, porém, o calendário de negociações deste ano.

"Uma das prioridades da Campanha dos bancários este ano é a manutenção da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), com validade nacional, que este ano completa 26 anos de direitos adquiridos após luta e mobilização. Queremos garantias de empregos e direitos. Na próxima reunião vamos discutir o tema saúde e condições de trabalho. Na consulta da categoria, 18% apontaram o combate ao assedio moral como uma prioridade na campanha e queremos que esse problema seja resolvido na mesa de negociação”, disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional.

“Foi um passo importante estabelecer esse calendário com compromisso de negociações mais efetivas e uma proposta final até 1º de agosto”, afirma a presidenta da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.  “O Comando Nacional dos Bancários também quer resolver a campanha na mesa de negociação. Os bancos estão lucrando como sempre, mesmo em plena crise. Ou seja, podem realmente fechar o acordo logo, sem colocar em risco os direitos dos bancários. Isso não aceitaremos”, reforçou a dirigente.

 

Ultratividade – A nova lei trabalhista, que entrou em vigor em 11 de novembro de 2017, acabou com o princípio da ultratividade, segundo o qual um acordo coletivo continuaria valendo até sua renovação. Com isso, todos os direitos dos bancários, conquistados em décadas de luta, estão ameaçados, já que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) vale até 31 de agosto (a data base da categoria é 1º de setembro). 

Campanha – Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São cerca de 485 mil bancários no Brasil, sendo 140 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Representa trabalhadores dos bancos públicos e privados que atuam nos seguintes municípios: São Paulo, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Caucaia do Alto, Cotia, Embu, Embu Guaçu, Itapecerica da Serra, Itapevi, Jandira, Juquitiba, Pirapora do Bom Jesus, Santana do Parnaíba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra, Vargem Grande Paulista. A categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2017 de 20,26% e 41,6% no piso.

Consulta – Na Consulta Nacional dos Bancários, a categoria definiu como prioridades o aumento real (25%), manutenção de direitos (23%), combate ao assedio moral (18%) e manutenção do emprego (15%). Este ano, 60% dos entrevistados afirmaram estar dispostos a fazer greve para defender seus direitos, destacaram também que a aprovação da reforma Trabalhista foi péssima para o trabalhador (73%).

Lucro dos bancos – A lucratividade do setor bancário é a mais elevada da economia brasileira, quando comparada a outros setores de atividade. De acordo com estudo da consultoria Economatica que avaliou as empresas de capital aberto, o setor bancário com 21 instituições tem o maior lucro consolidado no primeiro trimestre de 2018 com R$ 17,59 bilhões. Crescimento de 14,18%, em relação ao mesmo período de 2017. O levantamento foi elaborado com base nos demonstrativos financeiros padronizados entregues à CVM.

 

 

 

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