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Chapéu
Coisa feia!

Assédio moral e ameaças na Ditec do Banco do Brasil

Linha fina
Funcionários da área de tecnologia foram pressionados a mudar para Brasília, sob pena de perderem funções e terem remuneração reduzida pela metade caso fiquem em São Paulo
Imagem Destaque
Montagem: Linton Publio/Seeb-SP

São Paulo – Funcionários da área de tecnologia do Banco do Brasil em São Paulo denunciaram ao Sindicato que estão sofrendo assédio moral e ameaças de perda de função.

Segundo relatos, os 67 trabalhadores da área – analistas e gerentes da divisão 5 do Gecap SP, da Diretoria de Tecnologia (Ditec) – foram chamados para reuniões em que foram questionados se aceitam mudança para Brasília e, caso não queiram, serão transferidos para outras unidades em São Paulo, mas sem garantia de manutenção de suas funções de analistas.

A extinção da gratificação de função representaria perdas salariais de até 50% para essas pessoas, que trabalham há décadas na tecnologia do banco. A maioria desses funcionários é oriunda da Nossa Caixa, incorporada pelo BB em 2009, após ameaças de privatização pela gestão José Serra no governo do estado de São Paulo.

Além disso, cerca de 20 funcionários de outras divisões foram transferidos para a divisão 5, após receberem avaliações de desempenho negativas. Esses bancários estão indignados já que, desconfia-se, a divisão será extinta. “É um absurdo. Sempre fiz o trabalho e só agora não tenho perfil para desenvolver programas? Transferiram a gente para um setor que pretendem desmontar”, reclama uma trabalhadora.

Nas reuniões, a administração da Ditec em São Paulo também informou que haveria permutas entre funcionários de outros setores com os da divisão 5. “Além do assédio e da ameaça da perda da função e salário, isso é irregular, porque para trabalhar na área de tecnologia, ou o funcionário já era da área quando a Nossa Caixa foi incorporada, ou foi selecionado internamente no BB no processo chamado Progride para a área de TI”, destaca Ernesto Izumi, secretário de Organização do Sindicato.

João Fukunaga, secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato e representante dos funcionários na comissão de empresa, entrou em contato com a Diretoria de Gestão de Pessoas para denunciar o problema e exigir o fim do assédio moral e das ameaças. Em São Paulo, a Gerência de Gestão de Pessoas (Gepes) também foi comunicada, mas não há confirmação de que o banco vá fechar a divisão.

O Sindicato apurou que haveria uma reunião de funcionários da Ditec com o vice-presidente de Tecnologia, Antônio Gustavo Matos do Vale, na quinta-feira 10, mas foi cancelada. “Não sabemos o teor da reunião. Apuramos que acabou sendo realizada uma reunião para a Ditec local apresentar para os visitantes de Brasília a utilização da tecnologia chamada Desenvolvimento Ágil, que é um conceito de produção de software mais rápido, mas não sabemos se era só isso ou se a desestruturação da divisão 5 estava na pauta”, diz João Fukunaga.

O Sindicato vai enviar ofício ao banco cobrando informações sobre o assunto. “Essa unidade não precisa estar fisicamente em Brasília, Oiapoque, ou Chuí, afinal, o próprio banco está desenvolvendo o teletrabalho, que pretendemos negociar. Para combater essa situação, os funcionários têm de refletir que não é um ataque isolado, primeiro é a divisão 5, depois a 4, 3, 2, 1. Esse cenário vai ser constante com a reforma trabalhista de Temer e de parlamentares aliados, e o funcionário tem de participar do Sindicato e apoiar as lutas para barrar o enfraquecimento do banco e a ameaça de privatização”, afirma Ernesto.

Jurídico do Sindicato – O Departamento Jurídico do Sindicato esclareceu dúvidas desses funcionários e discutiu com eles alternativas caso o banco persista na tese de fechamento da unidade. O Sindicato também deixou o departamento à disposição dos bancários, que podem agendar horário pela Central de Atendimento, no (11) 3188-5200.

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