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Chapéu
1º semestre

Balanço mostra Banrisul forte como instituição pública

Linha fina
Lucro líquido recorrente no primeiro semestre deste ano foi de R$ 316,2 milhões, valor reduzido em mais de R$ 93 milhões por conta de plano de demissão lançado pela direção do banco
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Foto: Sindbancarios

Porto Alegre - Mais uma vez o balanço das demonstrações financeiras do Banrisul mostrou que a instituição pública das gaúchas e gaúchos continua forte e lucrativa. O lucro líquido recorrente do Banrisul no primeiro semestre deste ano foi de R$ 316,2 milhões. O resultado é 5,7% inferior ao apurado no mesmo período de 2016 em razão da implementação do Plano de Aposentadoria Voluntária (PAV), instituído em fevereiro de 2017 para incentivar o desligamento de Banrisulenses com idade para a aposentadoria. O valor pago ou provisionado para o PAV somou R$ 93,2 milhões. O Plano, segundo análise do Dieese, reduziu o resultado do primeiro semestre em R$ 93,2 milhões.

“Esse resultado do banco mostra que o Banrisul é lucrativo, um banco com uma função fundamental de financiar a agricultura e o desenvolvimento do Estado. O Banrisul público atende setores da economia que os bancos privados não querem, como correntistas de baixa renda. O resultado positivo também reflete a competência e a qualidade dos Banrisulenses. Se o banco não tivesse feito o PAV, o lucro seria ainda maior”, avaliou o presidente do SindBancários, Everton Gimenis.

O presidente também lembrou das duas emendas apresentadas pelo deputado estadual, Marcel van Hatten, em junho, na Assembleia Legislativa e que propõem incluir o banco no plebiscito para a venda de ativos públicos do Estado na eleição do ano que vem. O governo Sartori tem como objetivo entregar o que puder de patrimônio público para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, lei apresentada pelo governo Temer, e aprovada no Congresso Nacional. Tal regime propõe que o Rio Grande do Sul entregue patrimônio público e fique três anos sem pagar a dívida com a União. O problema é que, enquanto não paga as parcelas, o estoque da dívida cresce de R$ 50 bilhões para R$ 80 bilhões, com a cobrança de juros.

O resultado foi divulgado em 14 de agosto, na sede do Banrisul, em Porto Alegre. A carteira de crédito comercial registrou alcançou salda de R$ 14,4 bilhões em junho no segmento de pessoa física, com incremento de 28,3% ou R$ 3,2 bilhões na comparação com junho de 2016. O crescimento ocorreu graças ao aumento do crédito consignado.

O patrimônio líquido chegou a R$ 6,6 bilhões, uma expansão de R$ 157,5 milhões ou 2,4% em um ano. Os ativos totais apresentaram saldo de R$ 70,5 bilhões, crescimento de 3,9% em relação a junho de 2016, ampliação proveniente, especialmente, do aumento dos depósitos.

Estagiamento - O SindBancários avalia como aspectos negativos, conforme análise do Dieese, o fechamento de postos de trabalho e o inchaço no número de estagiários. Ao final do primeiro semestre de 2017, 780 postos de trabalho foram fechados, reduzindo o quadro para 10.503 funcionários. Dos postos fechados, 648 foram efeitos do PAV. Por outro lado, o banco dispõem hoje de 1.374 estagiários. Lembrando que o concurso de 2016 abriu vagas para 1 mil estagiários.

“Esses números de demissões são preocupantes, porque revelam uma política perversa de estagiamento. O Banrisul tem que chamar mais concursados e não fechar postos de trabalho e compensar com estagiários. Os Banrisulenses estão sobrecarregados de tarefas. Isso leva ao adoecimento, faz o desempenho cair e prejudica o banco. Nós sabemos que se trata de uma estratégia de ataque à imagem do banco. Eles querem que os clientes comecem a reclamar do serviço. Com isso, podem justificar a privatização”, finalizou Gimenis.

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