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Greve cresce e bancos se fingem de mortos

Linha fina
Movimento está cada vez maior e será ampliada até que bancos voltem a negociar e apresentem proposta decente. Comando Nacional dos Bancários envia carta à Fenaban
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São Paulo - A greve em São Paulo, Osasco e região está maior a cada dia. Nessa quinta-feira, oitavo dia da paralisação nacional, 789 locais de trabalho foram fechados – 772 agências e 17 centros administrativos – por mais de 32 mil bancários.

> No oitavo dia, 789 locais parados

Os trabalhadores engrossam o protesto cobrando dos bancos a retomada das negociações e uma proposta que contemple reivindicações como aumento real para salários, piso, vales, auxílios e a PLR. A federação dos bancos (Fenaban), no entanto, não se manifesta.

O Comando Nacional dos Bancários reuniu-se no final da tarde de quinta 26, em São Paulo, mas nenhum contato foi feito pelos bancos. “Enviamos carta à Fenaban reiterando a disposição de negociar e aguardamos que retomem a mesa de debate”, informa a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando. “Mas a greve está forte em todo o país e, ao lado dos bancários, os sindicatos vão fortalecê-la cada vez mais até que os banqueiros se mexam.”

A rodada de negociação mais recente foi realizada em 5 de setembro, quando a Fenaban apresentou a proposta de 6,1%, sem aumento real. Os bancos receberam comunicado oficial do Comando Nacional dos Bancários e o aviso da greve definida pelos trabalhadores em assembleia no dia 12 de setembro. Nas instituições financeiras públicas as negociações também estão paralisadas, sem qualquer avanço.

O setor lucrou R$ 59,7 bi entre junho de 2012/2013, de acordo com o Banco Central. “Os bancários são os responsáveis por esse fantástico resultado e os banqueiros estão recusando esse reconhecimento. Os trabalhadores querem sua parte e vão continuar na luta!”, reforça Juvandia.

Desrespeito – O silêncio dos banqueiros faz a greve aumentar, assim como a revolta dos bancários diante do desrespeito com que são tratados, seja nos contingenciamentos (leia nas páginas centrais), seja pelos interditos proibitórios – instrumento jurídico utilizado para tentar proibir o legítimo direito de manifestação dos grevistas. O Sindicato está adotando todas as medidas judiciais cabíveis no combate a esses instrumentos.

Comando de Greve – Composto por dirigentes do Sindicato, da Fetec-CUT/SP, da Contraf-CUT, cipeiros, delegados sindicais da Caixa e do Banco do Brasil, o Comando de Greve reúne-se hoje, às 17h, no Auditório Azul do Sindicato (Rua São Bento, 413). Bancários também podem participar e ajudar a organizar a paralisação.

Assembleia – Os bancários de São Paulo, Osasco e região realizam nova assembleia na próxima terça-feira 1º, às 17h, na Quadra (Rua Tabatinguera, 192, Sé) para avaliar e organizar o movimento. Leve crachá ou holerite com documento de identificação com foto para se credenciar.


Cláudia Motta - 26/9/2013

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