Pular para o conteúdo principal

Bancos não quiseram resolver a greve

Linha fina
Comando Nacional rejeitou proposta e convoca assembleia nesta segunda-feira (03); O Comando vai se manter de plantão e SP caso a Fenaban queira fazer nova proposta
Imagem Destaque
Terminou sem acordo a reunião entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários, nesta quarta-feira (28), em São Paulo. Esta é décima rodada de negociação, que começou com a entrega da pauta de reivindicações no dia 09/09.

Na reunião de ontem (27), os bancos fizeram uma proposta de novo modelo de acordo para a categoria, com validade de dois anos. O Comando Nacional dos Bancários reafirmou que a proposta teria de contemplar itens como emprego, saúde, vales, auxílio-creche, entre outros. Hoje (28), a Fenaban manteve o  reajuste em 7% (perda real de 2,39%), com abono de R$3.500 e, para o ano que vem, propôs 0,5% de aumento real, o que representa perda nesses dois anos de 1,9%.

“A Fenaban perdeu a oportunidade de resolver a greve. Em sintonia com a política do governo, banqueiros querem reduzir o custo do trabalho no acordo com os bancários. A greve continua e estamos à disposição para nova negociação com a Fenaban”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Assembleia – A assembleia em São Paulo acontece no dia 03/10, segunda-feira, às 17h, na quadra dos bancários.

Balanço - Um balanço feito pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região mostra que 838 locais de trabalho, sendo 8 centros administrativos e 828 agências fecharam nesta quarta-feira (28), vigésimo terceiro dia de greve dos bancários, na base do Sindicato (São Paulo, Osasco e Região). Estima-se que mais de 29 mil trabalhadores participaram das paralisações. Durante todo o período de greve, o autoatendimento continua funcionando normalmente.

Mobilização - Data-base dos bancários é 1º de setembro. A categoria entregou pauta com as reivindicações no dia 09 de agosto e, após cinco rodadas de negociação com a federação dos bancos (Fenaban), não houve acordo para o índice de reajuste e demais reivindicações. No dia 30/08 os bancos apresentaram proposta com reajuste de 6,5% com R$3.000 de abono para os trabalhadores. Categoria, após assembleias realizadas em todo o país no dia 01/09, rejeitou proposta e greve teve início no dia 06/09. A segunda proposta aconteceu no dia 09/09, com reajuste de 7% (com 2,39% de perda salarial) e abono de R$3.300, rejeitada na mesa de negociação. Outras duas reuniões: 13 e 15/09 não houve mudança na proposta. No dia 27/09 houve proposta da Fenaban para novo modelo de acordo para a categoria, com validade para dois anos.  No dia 28/09 nova proposta de reajuste 7% e abono de R$ 3.500, com aumento real de 0,5% para 2017.

Dados da Categoria - Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São cerca de 512 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Representa trabalhadores dos bancos públicos e privados que atuam nos seguintes municípios: São Paulo, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Caucaia do Alto, Cotia, Embu, Embu Guaçu, Itapecerica da Serra, Itapevi, Jandira, Juquitiba, Pirapora do Bom Jesus, Santana do Parnaíba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra, Vargem Grande Paulista.

Nos últimos doze anos, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2015 de 20,85% e 42,1% no piso.

Principais reivindicações Campanha Nacional Unificada 2016:
•      Reajuste Salarial de 14,78%, sendo 5% de aumento real, com inflação de 9,31%
•      PLR – três salários mais R$ 8.317,90
•      Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24)
•      Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá  – Salário Mínimo Nacional (R$ 880)
•      14º salário;
•      Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários;
•      Emprego – Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e precarização das condições de trabalho
•      Melhores condições de trabalho nas agências digitais
•      Mais segurança nas agências bancárias
•      Auxílio-educação

Proposta Federação Nacional dos Bancos (Fenaban): dia 28/09
Pagamento de um abono no valor R$ 3,5 mil para todos os bancários e um índice de reajuste dos salários e benefícios de 7% (perda real de 2,39%) e reajuste para 2017 de 0,5% de aumento real.

Como é hoje:
Piso escritório após 90 dias - R$1.976,10
Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.669,45
PLR – Regra básica: 90% do salário + 2.021,79 (podendo chegar a 2,2 salários) e parcela adicional: 2,2% do lucro líquido dividido linearmente entre os trabalhadores, com teto de R$ 4043,58
Auxílio-refeição: R$ 29,64 por dia
Auxílio cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 491,52
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 394,70
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 337,66


Cecilia Negrão
Assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região -
(11) 99610-5594
[email protected]
seja socio