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Sindicato protesta contra economia do Santander que penaliza bancários

Linha fina
Banco que lucrou quase R$ 6 bilhões no primeiro semestre de 2018 coage funcionários do call center a alterarem seus trajetos a fim evitar a integração com o Metrô, que custa menos de R$ 3; medida causa indignação entre os trabalhadores
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O Sindicato deflagrou protesto denunciando a medida da direção do Santander que coage os funcionários do call center a reduzirem o valor gasto com as conduções que utilizam para irem e voltarem ao trabalho. O banco espanhol inclusive contratou uma consultoria para verificar os trajetos. O ato foi realizado na segunda feira 8. 

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> Santander quer economizar “coxinha” com vale-transporte 

“É inadmissível que a direção do banco obrigue seus funcionários a pegarem 6, 8 ônibus ao dia, para evitar a integração com o Metrô que custa menos de R$ 3. Nós protestamos para chamar atenção contra essa medida muito desrespeitosa aos funcionários que terão aumentados os riscos de serem assaltados, e que será contraproducente inclusive para o próprio banco, pois os funcionários já chegarão cansados ao trabalho”, afirma Lucimara Malaquias, dirigente sindical e bancária do Santander.  

“Os valores que essa economia irá gerar são irrisórios, mas evitar sua implantação representará muito em termos de conforto e qualidade de vida para os trabalhadores”, acrescenta a dirigente. 

A medida está causando muita indignação entre os bancários. “A gente sente que o banco não está pensando no funcionário, pela questão da segurança, do bem estar e do tempo gasto. Tudo por causa de uma diferença pequena, de menos de R$ 3”, reclama uma bancária. 

“Eles me colocaram em uma rota em que eu terei de andar um quilômetro, pegar um ônibus, andar mais um quilômetro e pegar outro ônibus até chegar no Vila Santander. Eu saio de casa às 6h. Vou ter que andar sozinha por uma área pouca segura. Sou mulher, não é um trajeto fácil em que eu desceria em um terminal para pegar outro ônibus. Sendo que, atualmente, de metrô e ônibus, eu levo uma hora e meia para chegar ao trabalho. Com esse novo trajeto vou levar o dobro”, conta a trabalhadora. 

A lei determina que a empresa a custeie o vale-transporte do trabalhador, com teto para desconto em folha de 6%. No caso dos bancários, a Convenção Coletiva de Trabalho prevê que o desconto máximo é de 4%, uma conquista da categoria.

O Sindicato orienta os bancários a não assinarem o termo abrindo mão do custeio do transporte. E, no caso do banco enviar e-mail com sugestão de novo trajeto, mas o trabalhador não se sentir contemplado, escolha a opção ´reavaliar´. Com essa resposta do banco em mãos, o trabalhador deve procurar o Sindicato por meio da Central de Atendimento (3188-5200) ou WhatsApp (11 97593-7749). 

“A direção do Santander não pode impor aos seus trabalhadores qual trajeto devem seguir para economizar no vale-transporte, causando transtornos a fim de aumentar os lucros cada vez maiores”, reforça Lucimara.

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