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Chapéu
Que feio!

Fumaça e falta de rumo no Santander

Linha fina
Cipeiros e brigadistas estavam fora ou trabalhando de casa; ou seja, mesmo num episódio como esse ficam claros os efeitos nefastos da legislação trabalhista de Temer
Imagem Destaque

São Paulo – Quem “pensou” a reforma trabalhista parece realmente não ter trabalhado nunca na vida. Por toda a retirada de direitos e as dificuldades criadas para a rotina nos locais de trabalho, pode-se até dizer que foi “coisa de patrão”. Num acidente no bloco 10 do Centro Administrativo Santander (Casa 3) isso ficou mais um vez evidente.

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Por volta das 16h30 da quinta-feira 23, muita fumaça invadiu o primeiro andar do prédio. Segundo relatos dos trabalhadores, a fumaça de cor branca intensa tinha cheiro muito ruim e subiu rapidamente do térreo, que está em reforma, até o primeiro andar.

Vários trabalhadores ficaram sem saber o que fazer, já que não tocou o alarme de incêndio no bloco, nem os luminosos acenderam. Os bancários informaram não terem visto a brigada de incêndio, mas somente seguranças que indicavam as saídas de emergência. “Teve quem estava nos banheiros e ao sair não sabia do ocorrido e foram aos postos de trabalho”, conta o dirigente sindical Cássio Murakami. “Esses trabalhadores poderiam ter as suas vidas comprometidas”, critica.

O dirigente também afirma que soube que brigadistas e cipeiros estavam em outras concentrações ou trabalhando de casa (home work). “Situação agora legalizada pelas leis trabalhistas de Temer e que expõe os bancários nos locais de trabalho a mais esse risco.”

O que disse o Santander – Tão logo o Sindicato recebeu denúncia dos bancários, Cassio procurou o banco. De acordo com a área de segurança do Santander Casa 3, trabalhadores da empresa contratada para a reforma geral no bloco 10 do centro administrativo, ao manusearem um maçarico no térreo, desprendeu-se faísca que foi para a fibra de lã de isolamento. Isso teria gerado combustão e fumaça, que se espalhou para todos os andares.

“O banco precisa se preparar melhor para uma situação como essa. Durante uma reforma, deve se ter um plano de abandono, luminosos e alarmes ativos, uma brigada efetiva e saídas de emergência adequadas ao grande fluxo de pessoas. Além disso, ter bombeiros da própria empresa contratada para a reforma, à disposição para uma emergência”, cobra Cássio.

Na manhã da sexta-feira 24, os bancários voltaram ao trabalho, mas relataram ainda haver forte cheiro de fumaça e que, diante do ocorrido, não se sentem em segurança. “O Sindicato está atento e acompanhando o caso. Os bancários fizeram muito bem em denunciar. Somente juntos, trabalhadores e Sindicato, podemos fiscalizar a cobrar melhores condições de trabalho e respeito aos direitos”, reforça o dirigente sindical.

 

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