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Chapéu
Fechamento de agências

Sindicato se reunirá com Bradesco para discutir garantia de empregos

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Banco anunciou o fechamento de mais 150 agências em 2019; em doze meses, já foram encerradas 193 unidades e 35 postos de atendimento (PA)
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Foto: Mauricio Morais

O presidente-executivo do Bradesco, Octavio de Lazari, informou que pretende fechar 150 agências ainda em 2018 e mais 150 em 2019. Diante do anúncio, uma reunião com a direção do banco para discutir a garantia dos empregos foi cobrada pela Comissão Nacional de Empregados (COE Bradesco), a qual o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região integra.

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A cláusula 54 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários prevê a realocação e requalificação profissional em situações específicas decorrentes de reestruturações organizacionais. Os representantes dos trabalhadores vão reivindicar que a CCT, ratificada pelo Bradesco, seja respeitada. 

O tema será uma das pautas da reunião entre a Comissão de Organização de Empresa do Bradesco e a direção do banco, marcada para 11 de dezembro.

“O anúncio causa preocupação, pois o que constatamos no dia a dia é a sobrecarga de trabalho cada vez maior causada pelo número insuficiente de funcionários, o que resulta em adoecimentos e leva o movimento sindical a deflagrar protestos. E mesmo assim, o banco vem eliminando postos de trabalho mesmo diante do crescimento do lucro. A esse cenário soma-se a falta de unidades bancárias nas periferias”, protesta a dirigente sindical e bancária do Bradesco Sandra Regina. 

Após pressão, banco transfere trabalhador para agência com falta de pessoal

Comprovação da sobrecarga

Em 12 meses encerrados em setembro de 2018 já são 2.529 empregos a menos, segundo o balanço do banco. No mesmo período já foram fechadas 193 agências – sendo 48 apenas no último trimestre – e 35 postos de atendimento (PA). 

Em setembro de 2016, o Bradesco tinha 109,9 mil bancários e 93,3 milhões de clientes, o que equivale a 848,8 clientes para cada trabalhador. Dois anos depois, o número de clientes aumentou para 95,3 milhões, e o de funcionários diminuiu para 98,1 mil, fazendo a relação entre um e outro aumentar ainda mais: 971 correntistas para cada funcionário. Os dados são do Banco Central e dos relatórios de demonstração do Bradesco. 

A declaração de Lazari foi dada alguns dias depois de o banco ter anunciado lucro de R$ 15,7 bilhões nos noves primeiros meses de 2018, um crescimento de 11,1%, em relação ao mesmo período de 2017 e de 6% na comparação ao trimestre anterior. 

“Diante do lucro cada vez maior, do aumento do número de correntistas e da ausência do banco em muitos bairros das periferias, não há razão para que o Bradesco feche ainda mais agências. Queremos saber quais unidades serão fechadas e como será o processo de realocação dos bancários. Essa situação deve ser debatida com os representantes dos trabalhadores”, afirma Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato dos Bancários e funcionária do Bradesco. 

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