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Cidade terá consórcio para polos comerciais

Linha fina
Verba para requalificação será de origem privada, sem contrapartida do poder público; melhorias devem fomentar comércio, empreendedorismo e a revitalização do centro de São Paulo
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São Paulo – A Prefeitura de São Paulo assinou contrato na sexta-feira 4 com o Consórcio Circuito de Compras São Paulo S.A. para a implementação do Projeto Circuito das Compras. A concessão será responsável pelo planejamento e requalificação das regiões do Brás, Bom Retiro, Santa Ifigênia e 25 de Março, importantes polos comerciais da capital.

Todo capital empregado, no valor de R$ 50 milhões, será de origem privada. O valor mínimo fixado no edital era de R$ 20 milhões. O alto valor, mais de duas vezes superior ao exigido, reflete o grande potencial dessas regiões no desenvolvimento econômico de São Paulo. “A proposta é garantir melhores condições socioeconômicas para a região”, disse o secretário da pasta do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, Artur Henrique.

Os pontos levantados pelo secretário como principais para melhorias na região são “a falta de organização e a informalidade no comércio, a dificuldade para estacionar e se deslocar entre os polos comerciais e a falta de serviços de apoio ao turismo de compras populares”. Uma série de obras será programada com objetivo de resolver esses gargalos.

Entre as exigências a serem cumpridas pelo consórcio está a construção de um Centro Popular de Compras, com no mínimo 4 mil boxes, serviços de informações aos turistas, praça de alimentação, áreas para depósitos e armazenagem, salas comerciais e um hotel. Ainda consta do programa um estacionamento com vagas para ônibus, carros e vans, além de um serviço de transporte entre os polos.

Os comerciantes interessados nos boxes oferecidos deverão entrar em contato com o consórcio para fixarem um contrato. O valor máximo da locação será de R$ 360 por metro quadrado para comerciantes atuais, que precisam estar em dia com o Termo de permissão de Uso (TPI).

Comércio legalizado – O Circuito das Compras foi modelado pela Área de Estruturação de Projetos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De acordo com o contrato firmado na sexta-feira 4, pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o projeto, modelado em parceria com a EBP, busca retirar os ambulantes da informalidade e oferecer qualidade de acesso e de serviço ao consumidor.

Liderado pelo ex-camelô mineiro Elias Tergilene, do Grupo UAI, o consórcio venceu a licitação para implantação, operação, manutenção e exploração, por 35 anos, do circuito que integrará os quatro maiores centros de comércio popular da região central. Segundo pesquisa do Metrô de São Paulo, cerca de 500 mil moradores da região metropolitana e 21 mil turistas de outras partes do país circulam diariamente pelo comércio de rua da área e enfrentam dificuldades relacionadas a degradação, falta de segurança, mobilidade, infraestrutura precária e informalidade.

Os investimentos previstos por parte da concessionária são de aproximadamente R$ 300 milhões. Depois da implantação, estima-se que a receita anual gerada pelo empreendimento seja de R$ 160 milhões.

O centro de compras terá no mínimo 4 mil boxes, serviço de informação ao turista, praça de alimentação, áreas para depósito e armazenagem, 63 salas comerciais e 12 salas de reunião, hotel com pelo menos 148 quartos, serviço de despacho e recebimento de compras, guarda-volumes, áreas de conveniência, estacionamento para 2 mil veículos, aí incluídos 315 ônibus, terminal de passageiros, área de descanso para motoristas e guias e sistema de transporte interligando os quatro polos do circuito.

O polo do Brás oferece artigos populares de vestuário e é direcionado ao atacado, os lojistas do Bom Retiro atuam no varejo e atacado, oferecendo roupas de alto padrão. O da Sé, que abrange as Ruas 25 de Março, Florêncio de Abreu e Barão de Duprat, traz mercadorias de todas as partes do mundo. A região da Santa Ifigênia, por sua vez, é conhecida nacionalmente pela ampla oferta de equipamentos de informática e outros eletrônicos.

De propriedade da União, o Pátio do Pari tem 127 mil metros quadrados, cortados por linha férrea da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A seção ao norte, com cerca de 70 mil metros quadrados, é ocupada pelos milhares de camelôs da Feira da Madrugada. A seção ao sul abrange uma área da subestação elétrica da CPTM, um antigo depósito do jornal O Estado de S.Paulo e dois prédios históricos da antiga RFFSA que abrigam atualmente um mercado atacadista de hortifrutigranjeiros com cerca de 500 barracas.

Legalizados, os comerciantes do Pátio do Pari e adjacências exercerão sua atividade em boxes de no mínimo 5 metros quadrados, com estrutura adequada e espaço para armazenagem de mercadorias.


Rede Brasil Atual – 7/12/2015
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