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Caos impera no plano de abandono da Torre

Linha fina
Mais uma vez, exercício de evacuação da sede do Santander teve problemas como número insuficiente de bombeiros e falta de capacitação de brigadistas; descaso com vida dos trabalhadores flerta com tragédia
Imagem Destaque
Redação Spbancários
28/12/2016


São Paulo – Para variar, o caos e o amadorismo deram o ritmo ao plano de abandono da Torre Santander, matriz do banco espanhol por onde circulam cerca de seis mil pessoas diariamente. De acordo com o dirigente sindical Ramilton Marcolino, a evacuação total do prédio foi muito morosa, demorando quase 20 minutos, e havia poucos bombeiros e brigadistas. Os voluntários não estavam devidamente treinados para orientar os demais trabalhadores.

“As pessoas não sabiam para onde ir e se afunilavam nos corredores, um dos elevadores reservados para as pessoas com deficiência simplesmente não funcionou, muitos funcionários sequer aderiram ao treinamento, a ambulância ficou vazia e trancada no subsolo do prédio e o que é mais grave, algumas gestantes receberam orientação para que não participassem do exercício que poderia salvar suas vidas no caso de um incêndio real”, relata Ramilton.

O dirigente acompanhou todo o procedimento, ocorrido na terça-feira 27, e conta que viu apenas quatro bombeiros. Isso em um imenso prédio de 28 andares e mais de 210 mil metros quadrados. Também segundo Ramilton, além de não receberem treinamento eficaz, alguns brigadistas foram repreendidos pelos gestores por terem se ausentado do serviço durante o exercício.

“No caso de um incêndio real, o plano de abandono pode ser a diferença entre um simples incidente e uma catástrofe, por isso o Santander precisa levar mais a sério esse exercício”, critica Ramilton.

O Sindicato cobra a contratação de mais bombeiros, a capacitação dos brigadistas, o comprometimento do banco para orientar todos os funcionários a participar do exercício, além da disponibilização de infraestrutura necessária: elevadores específicos para evacuação dos PCDs e a participação da ambulância e sua equipe de remoção.

“O Santander mais uma se vez utiliza de uma economia pouco inteligente ao conter gastos com bombeiros e o treinamento de brigadistas, porque essa questão envolve justamente as vidas de quem faz o lucro do banco e deveriam ser vistos pela direção como seu bem mais precioso”, finaliza Ramilton.
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