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Retirada de direitos por Temer eleva desemprego

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Banco suíço aponta desemprego ampliado em 21,2%. Metalúrgicas do ABC perderam cerca de 20 mil postos com a crise. Sindicato reclama de medidas que retiram direitos e não colaboram para a retomada
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Rede Brasil Atual
24/1/2017


São Paulo – Desde o início da atual crise econômica, em 2015, o setor metalúrgico da região do ABC paulista já perdeu 20 mil empregos. Para 2017, a perspectiva de criação de novos postos de trabalho é nula, ou muito pequena. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (Smabc), Rafael Marques, o fechamento de postos de trabalho é resultado das medidas econômicas adotadas pelo governo Temer.

Estudo comparativo do banco Credit Suisse divulgado na terça 23 aponta que o Brasil está entre os recordistas globais do chamado desemprego ampliado, que considera os trabalhadores que fazem bico por falta de opção, os que trabalham menos do que poderiam e os que desistiram de procurar trabalho. Segundo esse cálculo, o desemprego, no Brasil, já atinge 21,2% população, aproximadamente 23 milhões de brasileiros.

O governo Temer alega que as propostas das reformas trabalhista e previdenciária, que estão sendo discutidas no Congresso Nacional, vão ajudar na criação de empregos, mas para os metalúrgicos do ABC, essas reformas, na verdade, vão empobrecer os trabalhadores, porque reduzem direitos e dificultam a aposentadoria.

"Não é tirando direitos que vai se fazer a economia virar, não é empobrecendo o trabalhador. Na verdade, os trabalhadores, assegurando seus direitos, vão fazer com que, durante a recuperação econômica, isso dê resultados, como no consumo", afirma Marques, em entrevista ao repórter Jô Miyagui, para o Seu Jornal, da TVT. Ele lamenta a falta de medidas efetivas para o crescimento, como, por exemplo, estímulo à produção de conteúdo local e à renovação de frota de veículos.

Para Airton Santos, diretor técnico do Dieese, o capitalista só investe se houver boas perspectivas de retorno, o que não é o caso da economia brasileira, que deve ficar estagnada em 2017.

"Não interessa (ao capitalista) se se diminui o custo do trabalho, flexibiliza ou precariza o mercado de trabalho, se retira direitos, ou não. Isso não importa. O que importa, de fato, é se existe perspectiva de crescimento econômico, de que o produto que a empresa vai fabricar vai ser vendido,", explica Santos.

O economista diz ainda que, em períodos de crise econômica, quando governo e empresas não investem, a situação dos trabalhadores fica muito vulnerável, causando o crescimento do chamado desemprego ampliado:  

"O trabalhador acaba se sujeitando a se reinserir no mercado de trabalho em profissões diferentes da dele, coisa que ele nunca fez na vida e ele não tem nenhuma familiaridade com aquilo, mas tem que trabalhar para defender alguma renda. Ele se submete a não estar mais na especialidade dele, e também se submete a um salário muito menor."

Como única medida do governo Temer destinada à proteção ao emprego, Rafael Marques destaca o Programas Seguro-Emprego (PSE), o antigo Programa de Proteção ao Emprego (PPE), criado no governo Dilma, mas agora, com modificações que favorecem as empresas, que, segundo Marques, serão combatidas pelos trabalhadores. 
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