O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região promoveu uma consulta sobre condições de trabalho com bancários do C6 Bank. As respostas dos trabalhadores que participaram da consulta revela o constante medo de perder o emprego, pressão absurda por metas, assédio e adoecimento.
Entre os dados que mais chamaram a atenção na consulta, estão:
- 45,66% dos bancários afirmam que já sofreram algum tipo de assédio no C6 Bank.
- 35,73% dos bancários afirmam haver muita pressão para cumprimento de metas; e outros 36,57% afirmam haver muita pressão, com ameaça de demissão. Ou seja, a percepção de que existe uma grande pressão por metas no C6 Bank é compartilhada por 72,3% dos bancários que participaram da consulta.
- 30,58% dos bancários afirmam ter feito uso de medicamentos controlados nos últimos 12 meses.
- 52,16% dos bancários relataram que em sua área ocorreram mais de 10 demissões nos dois meses anteriores a pesquisa; 39,87% disseram que ocorreram entre 1 e 5 demissões; e 7,97% relataram entre 6 e 10 demissões no período.
- 76.57% disseram que se sentem inseguros com as recentes demissões no C6 Bank.
- Sobre as consequências das condições de trabalho no C6 Bank e da pressão para o cumprimento de metas no dia a dia, especialmente na saúde do trabalhador, a preocupação constante com o trabalho foi citada por 66,02% dos participantes da pesquisa; seguida pela sensação de medo e insegurança em relação ao futuro no C6 Bank (58,77%); frequente sensação de fadiga e cansaço (55,99%); desmotivação ou vontade de não ir ao local de trabalho (52,92%); dificuldade com o sono, inclusive nos finais de semana (38,44%); vontade de chorar sem motivo aparente (36,77%); dores de cabeça contínuas e repetidas ao longo da semana (33,7%), entre outras.
“As respostas da consulta expressam bem a rotina do bancário do C6 Bank, submetido a grande pressão para cumprir metas, preocupado o tempo inteiro com a possibilidade de ser demitido e com a possibilidade eminente de ser vítima de alguma forma de assédio”, avalia o dirigente do Sindicato André Bezerra.
O dirigente destaca ainda que os relatos de bancários do C6 Bank recebidos nos últimos dois meses pelo Sindicato, através do Canal de Denúncias, configuram uma relação de causa e efeito com as respostas da consulta. São eles: assédio; metas abusivas; jornadas acima de 12h; falha na ferramenta de gestão para acompanhamento de metas; mesma função, com salários diferentes; adoecimento; demissões fracionadas; e metas inatingíveis.
Termo de Compromisso de Relações Humanizadas
Para mudar esta situação no C6 Bank, o Sindicato negocia e cobra do banco a assinatura de um Termo de Compromisso de Relações Humanizadas, com o objetivo de que sejam adotadas medidas que garantam um ambiente e relações de trabalho saudáveis na instituição.
“O atual cenário no C6 Bank é inadmissível. Cobramos medidas urgentes e efetivas para que os bancários tenha sua saúde, física e mental, preservada. O lucro não pode estar acima da vida”, enfatiza André Bezerra.
Controle de jornada
Em reunião realizada com representantes do C6 Bank, o Sindicato cobrou que o banco adote sistema de controle de jornada, como prevê a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) para empresas com mais de 20 funcionários.
O C6 Bank sinalizou que adotará o controle de jornada e também a sua disposição para que, uma vez adotado, seja firmado acordo coletivo de trabalho com o Sindicato para o reconhecimento pela entidade, com aval dos trabalhadores, do Sistema Alternativo Eletrônico de Controle de Jornada.
Uma próxima reunião entre Sindicato e C6 Bank, na qual serão abordados todos os problemas relacionados às condições de trabalho no banco, está marcada para o dia 28 de abril.
Procure o Sindicato
O bancário do C6 Bank que sofrer pressão abusiva para cumprimento de metas, assédio de qualquer forma ou qualquer outra situação que afete sua saúde física ou mental, deve entrar em contato com o Sindicato por meio do Canal de Denúncias. O sigilo é garantido.
Além disso, caso o bancário chegue a uma situação de adoecimento, na qual ele necessite se afastar das suas funções, ele pode procurar pela secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, que poderá orientá-lo sobre como proceder junto ao banco e ao INSS.
“Nossa luta é para que tenha um ambiente e relações de trabalho saudáveis, para que ele não adoeça por conta da sua atividade laboral. Porém, quando isso ocorre, o Sindicato também se faz presente no acolhimento e orientação deste trabalhador. Saúde é coisa séria”, conclui a secretaria de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, Valeska Pincovai.
O bancário também pode entrar em contato com o Sindicato por meio do da Central de Atendimento, pelo (11) 3188-5200, via chat, e-mail e WhatsApp, canais que funcionam de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.