A Caixa Econômica Federal resgatou seu Programa de Diversidade, cuja função será debater políticas do banco para pessoas com deficiência (PCD), mulheres, idosos, raça/cor e LGBTQIA+.
Uma cerimônia realizada na quinta-feira 27, na Caixa Cultural de Brasília, marcou a posse das Comissões de Diversidade Caixa, formadas com a participação de entidades sindicais.
Participaram do evento de posse das comissões empregados de diversas regiões do Brasil; a presidenta da Caixa, Rita Serrano; secretários e ministros de Estado; o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto; a presidenta da Contraf-CUT, Juvândia Moreira, entre outros representantes de associações.
Para André Sardão, dirigente da Apcef/SP que participa da Comissão, a retomada desses debates dentro da Caixa é uma iniciativa importante: “Depois de um período em que o governo [Bolsonaro] chegou a censurar um comercial do Banco do Brasil por retratar a diversidade, por exemplo, é importante a retomada da discussão de igualdade de oportunidades dentro do banco. Iremos acompanhar e fazer proposições para que seja um trabalho produtivo de fato”.
Durante a posse das comissões, a Caixa manifestou intenção de ter, em cargos de chefia, a mesma proporcionalidade de mulheres, negros, PcD, indígenas e LGBTQIA+ que há no quadro de pessoal, até 2026.
Caixa assina protocolo de intenções com governo federal
A Caixa assinou ainda protocolo de intenções com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) com o intuito de promover ações de diversidade e formalizou parcerias com a Secretaria-Geral da Presidência da República e com os ministérios da Mulher (MM), da Igualdade Racial (MIR) e dos Povos Indígenas (MPI).
Após a cerimônia, os empregados e empregadas das comissões se reuniram para discutir os temas de diversidade: “De cara, colegas e dirigentes presentes pautaram a discussão de pais e mães de PcD a serem incluídos no debate, bem como a garantia do Saúde Caixa para o período pós-aposentadoria e o respeito ao pacto geracional. Fica o convite para que as pessoas mandem suas contribuições ao movimento sindical e associativo”, concluiu André.
Denúncia recente de racismo sem apuração
Para exemplificar a importância da retomada do Programa de Diversidade, recentemente o Sindicato dos Bancários de São Paulo recebeu denúncia de racismo em uma unidade da Caixa, com testemunhas, e não houve apuração por parte da empresa.
“Isso demonstra a enorme necessidade de a Comissão de Diversidade realmente implementar e executar política de combate à qualquer tipo de discriminação ou preconceito dentro da empresa. Com a volta da comissão de diversidade, a Caixa tem a possibilidade de executar ações efetivas que atinjam não somente empregadas e empregados, mas também terceirizados e estagiários, para que casos como esses não mais se repitam”, afirma Luiza Hansen, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Novo Canal de Denúncias do Sindicato
Cabe salientar também que o Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de São Paulo, Osasco e Região Canal desenvolveu um novo Canal de Denúncias que recebe denúncias sobre assédios, desrespeito aos direitos e falta de condições de trabalho, de forma fácil, ágil e sigilosa.
O canal garante a apuração, o acompanhamento e o retorno efetivos de cada caso. O banco tem a obrigação de apurar a denúncia ao recebê-la, de acordo com o parágrafo 4º da cláusula 61 da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria bancária. Se você for vítima, não se cale. Denuncie.