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Bancário do Santander sofre avalanche de abusos

Linha fina
“Depois de oito anos sendo humilhado, me sentia um lixo”, desabafa o trabalhador com deficiência cujos desrespeitos causaram síndrome do pânico e culminaram na sua demissão; bancários que adoecerem por causa do trabalho devem procurar o Sindicato imediatamente para receber as orientações devidas
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Arte: Marcio Baraldi

“Hoje me encontro desempregado, doente e com fortes dores no braço. Me sinto injustiçado, visto que trabalhei  8 anos e 6 meses e sempre me relacionei bem com os meus pares e principalmente gestores, nunca recebi advertências, e pior, sem fundamentos, como ocorreu recentemente, baseado  em boatos. Nesse ato covarde me tiraram  o emprego sem fatos. Me sinto humilhado.”

O desabafo de um ex-bancário do Santander resume o ambiente de trabalho opressor e adoecedor ao qual muitos dos empregados do banco espanhol e de outras instituições financeiras encaram diariamente. 

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Paulo (nome fictício) vive com deficiência e foi contratado em 2010. Com apenas um braço, ele conta que os desrespeitos surgiram logo no início da contratação, quando identificou que seu salário não correspondia ao do cargo para o qual foi contratado. 

Ao longo dos anos, foi transferido de área três vezes e enfrentou diversos casos de assédio moral e humilhações. Por conta dos desrespeitos e discriminação, foi diagnosticado com síndrome do pânico. Mesmo assim não se afastou por medo de ser dispensado.

Redução da nota sem feedback

Por duas vezes teve redução de nota sem receber nenhum feedback. “Me vi perseguido e injustiçado, o que acarretou na piora do meu tratamento. Tive que me afastar por mais de 30 dias, caindo no auxílio-doença”, conta Paulo. 

“Causa perplexidade essa falta de transparência e respeito em um banco cujo slogan foi durante muitos anos ‘Simples, pessoal e justo’. Como o Santander pôde ostentar esse lema dispensando um tratamento como esse a um trabalhador que ajudou a construir o lucro do banco?”, protesta a dirigente sindical e bancária do Santander Lucimara Malaquias. 

Devido ao esforço e as metas impostas sem levar em consideração as limitações causadas pela deficiência, Paulo desenvolveu também bursite (inflamação na articulação), o que o obrigou a se afastar pela segunda vez. 

Por fim, acabou demitido em março de 2019. “Depois de oito anos sendo humilhado, me sentia um lixo”, lamenta o trabalhador.

“As doenças que o trabalhador desenvolveu são resultado do assédio moral, discriminação e falta de estrutura do banco com trabalhadores que adoeceram ou que têm deficiência. Ele sendo PCD [Pessoa com Deficiência] deveria contar com condições específicas de trabalho que o banco não disponibilizou, o que fere não só a Convenção Coletiva de Trabalho, como a legislação vigente”, denuncia Lucimara.

Procure o Sindicato!

A dirigente também chama a atenção para a atitude do trabalhador, que abriu mão de cuidar da própria saúde e priorizou o trabalho no banco. O Santander, por sua vez, o demitiu sem a menor consideração, quando julgou conveniente.

“Por isso é fundamental procurar o Sindicato para receber todas as orientações logo que desenvolver qualquer doença relacionada ao trabalho, e não apenas após a demissão, como neste caso. E também é essencial cobrar do banco a Comunicação de Acidente de Trabalho para que o INSS reconheça o nexo entre e a atividade laboral, e conceda o auxílio-doença adequado que permita estabilidade ao empregado”, orienta Lucimara. 

Os bancários podem procurar o Sindicato diretamente com um dirigente sindical, clicando aqui, ou ainda pelo telefone (11) 3188-5200 e WhatsApp (11) 97593-7749. Veja telefones e endereços das regionais aqui. O sigilo é absoluto.

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