- Danilo Motta, Redação Spbancarios
- Publicado em 11/12/2018 13:17 / Atualizado em 11/12/2018 16:49

Foto: Seeb-SP
Bancários se uniram a trabalhadores de várias outras categorias na manhã desta terça-feira 11 em um ato unificado convocado pela CUT [1] e demais centrais sindicais, contra o fechamento do Ministério do Trabalho [2], anunciado pela equipe do presidente eleito. A manifestação ocorreu em várias cidades e, em São Paulo, foi realizada em frente à Superintendência do Trabalho (antiga DRT), no centro da capital paulista.
Além dos bancários, também estiveram presentes representantes dos metalúrgicos, dos químicos, funcionários dos correios e outros. Para Douglas Izzo [3], presidente da CUT-SP [4], é fundamental a articulação entre os diferentes setores da classe trabalhadora para barrar retiradas de direitos.
“Esta medida do governo, que acaba com o Ministério do Trabalho e passa suas atribuições para três outros ministérios, tem como objetivo, na verdade, enfraquecer o movimento sindical. E demonstra, por outro lado, o total desprezo que o governo eleito tem para tratar o diálogo com as centrais sindicais, os sindicatos e os trabalhadores. É uma demonstração de um ataque à classe trabalhadora, e vai ser fundamental a unidade entre as centrais para construir uma trincheira contra qualquer tipo de ação do governo dos patrões contra os direitos dos trabalhadores”, defendeu.
A dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região Vera Marchioni [5] lembra que as mulheres serão as principais afetadas pela extinção do órgão. “Nós entendemos que é um retrocesso para todos os trabalhadores, mas também para as trabalhadoras, porque nós sempre tentamos firmar uma política de igualdade salarial, de respeito ao direito das mulheres e o fim do Ministério do Trabalho é um retrocesso nessa busca por igualdade”, defendeu.
Já o dirigente sindical Diego Pereira [6], funcionário do Banco do Brasil [7], lembrou que, assim como outras categorias profissionais, os bancários também serão diretamente atingidos pelo fim do Ministério do Trabalho.
“Para nós bancários é fundamental a atuação do Ministério nos locais de trabalho, contra as superlotações, por condições de trabalho salubres, pela qualidade de trabalho das empregadas bancárias grávidas. Portanto viemos aqui em repúdio à decisão do governo eleito de atacar brutalmente os trabalhadores”, afirmou durante o ato.
O Ministério do Trabalho existe há 88 anos e é responsável, entre outras atividades, pela regulação das leis de relação entre patrões e empregados, pela política salarial e de criação de emprego e renda para o trabalhador, pelo combate ao trabalho escravo e a fiscalização da segurança e saúde no trabalho.