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Trajetória da CUT é debatida no Sindicato

Linha fina
Sociólogo autor de livro sobre a Central Única dos Trabalhadores diz que movimento sindical deve pensar na nova classe trabalhadora
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São Paulo – A realidade do Brasil mudou de 2003 a 2010, durante a gestão do governo Lula. Milhões de pessoas saíram da miséria, por intermédio de instrumentos de distribuição de renda, e uma nova classe de trabalhadores se formou.

Qual é o perfil do trabalhador da nova classe média brasileira e como representar esta nova classe trabalhadora? A pergunta surgiu durante o debate, promovido pelo Sindicato nesta segunda-feira 5, que também abordou a importância do papel da Central Única dos Trabalhadores (CUT) nas últimas décadas para o desenvolvimento social e político do Brasil.

O encontro também marcou o lançamento da segunda edição do livro Sindicalismo e Política – A Trajetória da CUT (1983 a 1993) (ed. LTr75), do sociólogo e professor da USP Iram Jácome Rodrigues.

Para o sociólogo, é necessário ter sensibilidade para perceber que os tempos mudaram e que a ação política e sindical deve envolver valores presentes na nova classe, como o consumismo, por exemplo, mas sem deixar de lado a luta por melhorias no trabalho e pela sociedade.

Iram concordou com a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, que a estratégia mais forte para o movimento sindical é investir em comunicação, aproveitando as redes sociais e tecnologias para a educação de trabalhadores e cidadãos mais conscientes da importância de lutar por uma sociedade mais justa.

Para o professor, o movimento sindical no Brasil é muito jovem, e ainda assim, já alcançou grandes conquistas. “O Brasil ainda tem muitos resquícios da casa grande e da senzala, mas o movimento sindical daqui é exemplo para outros países.”

A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, exaltou a importância da Central no momento em que novos rumos estão sendo pensados. “Estamos discutindo os desafios da CUT para o próximo período, como, por exemplo, de que forma trazer a juventude para o mundo sindical.”

Livro - Na publicação, a partir de entrevistas e análises, o autor apresenta uma análise sobre a trajetória da CUT no período, e aborda assuntos como o ressurgimento do sindicalismo em 1978, o nascimento da central, o esforço de consolidar uma concepção sindical, suas relações com o governo, empresários e trabalhadores brasileiros. Para Iram, o momento foi crucial para o processo de surgimento da democracia política do país.

O dirigente sindical e ex-presidente do Sindicato Gilmar Carneiro participou do evento. “Esse livro é extremamente importante para a história da CUT, assim como seu autor, um militante histórico.” Para Iram, a história de luta da CUT resultou em conquistas sociais e econômicas e o fortalecimento dos contratos de trabalho no Brasil.


Gisele Coutinho – 5/3/2012

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