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Acidentes e doenças vitimaram mais de 450 mil trabalhadores em 2004

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Dia 28, a partir das 10h, bancários fazem cortejo pelo Centro, para marcar dia de protesto, com cruzes que representam o calvário dos trabalhadores
Todo ano, cerca de três mil pessoas morrem em virtude de seu trabalho. De acordo com a Previdência Social, isso equivale a uma morte a cada duas horas de trabalho. São três acidentes por minuto. Para lembrar esse, que é um dos maiores problemas de saúde pública do país, foi criado em 1995 o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, 28 de abril. Em 2004, foram notificados 458.956 acidentes, dos quais 2.801 resultaram em mortes e 12.563 em quadros de incapacidade permanente.

Ainda de acordo com a Previdência, foram registradas 7.405 amputações de mãos entre os cerca de 23 milhões de segurados do Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT), que representam menos de um terço da população economicamente ativa do País, estimada em 83 milhões de trabalhadores. Ou seja, grande parte dos acidentes e doenças acontece na informalidade e não são notificados.

Em todo o mundo ocorrerão protestos para marcar o dia. Em São Paulo, os trabalhadores reúnem-se na sexta-feira (28), a partir das 13h, em frente ao Teatro Municipal. Os bancários, categoria que sofre de doenças em níveis epidêmicos – como lesões por esforços repetitivos, depressão, síndrome do pânico –, terão participação destacada. A partir das 10h, saem da sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Rua São Bento, 413) em cortejo pelas ruas do Centro. Um bancário e uma bancária carregarão cruzes que representam o calvário enfrentado pelos trabalhadores pressionados por metas inatingíveis, ameaças e assédio moral. Os bancários unem-se aos demais trabalhadores da CUT na Praça da Sé e, às 12h, seguem em caminhada até o Teatro Municipal onde acontece ato intersindical, com apresentações teatrais e distribuição de materiais informativos. Os manifestantes também irão cobrar do governo e das empresas medidas efetivas para a redução do risco à saúde e à segurança dos
trabalhadores.

“O grave quadro de violência enfrentado dia-a-dia pelos trabalhadores precisa ser alterado. São milhares de vidas perdidas, pessoas adoecidas que, além do sofrimento, representam um sério problema de saúde pública”, afirma Walcir Previtale Bruno, diretor de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato.

“Somos nós que pagamos a conta desse descaso. A Previdência Social direciona cerca de R$ 32,8 bilhões de recursos públicos por ano para pagar custos de assistência médica e benefícios por incapacidade temporária ou permanente. As empresas não adotam medidas efetivas de prevenção de acidentes de trabalho e ainda deixam para o governo arcar com as conseqüências de sua irresponsabilidade. É hora de mudar essa realidade brutal”, protesta.
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