São Paulo - Após a ação desastrosa da Polícia Militar na Cracolândia, região da Luz, em São Paulo, a CUT denunciou no CNDH (Conselho Nacional de Direitos Humanos) a Prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado de São Paulo por violação de direitos humanos.
Após a notificação, o CNDH adotou a recomendação da Central e fez uma visita na Praça Princesa Isabel e em torno da região central, na capital paulista, onde estão concentrados os usuários de drogas. Durante a visita, feita com outras entidades que fazem parte do Conselho, os moradores e dependentes químicos relataram os abusos cometidos pela polícia na ação do dia 21.
A partir da vistoria, o CNDH deverá elaborar um relatório com todas as violações ocorridas e o órgão poderá acionar as organizações nacionais e internacionais de direitos humanos.
O documento divulgado no dia 24, três dias depois da operação, afirma que tanto a prefeitura como o governo do estado “consideraram a população vulnerável como inimigo a ser dispersado e foram baseadas única e exclusivamente no uso da força policial, sem nenhum planejamento junto às equipes de assistência social e saúde”.
Para o representante da CUT no CNDH, Ismael José César, que participou da vistoria, a ação é “uma higienização que tenta criminalizar os marginalizados da sociedade”.
“São trabalhadores que estão nesta situação por conta da ausência do mercado de trabalho. Nossa denúncia embasou, inclusive, os juízes que foram absolutamente contra a internação compulsória”, afirma Ismael.
