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Chapéu
Sindicato

PM agride presidente do Sindicato dos Bancários

Linha fina
Luiz Cláudio Marcolino levou uma cabeçada de um policial durante manifestação de trabalhadores da Nossa Caixa
Imagem Destaque
Durante ato público realizado na manhã desta quarta-feira, 6 de julho, na sede administrativa da Nossa Caixa, na rua 15 de Novembro, centro da capital, policiais militares usaram de violência contra os bancários que protestavam pelas más condições de trabalho que vêm sendo impostas pela diretoria do banco estadual.

Visivelmente nervosos e sem portar qualquer identificação visível, os PMs, chamados pela diretoria da Nossa Caixa, intervieram brutalmente e o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino, foi agredido por um dos soldados com uma cabeçada no nariz. Como os policiais chegaram ao local ocultando seus crachás, ainda não foi possível identificar o agressor. Também foi usado gás de pimenta contra os trabalhadores.

O presidente do Sindicato está nesse momento no 1º DP para registrar a queixa. Depois, segue para o exame de corpo delito. “O Sindicato vai apurar até o fim as responsabilidades pelo episódio, que mais uma vez ilustra a maneira como a PM de Geraldo Alckmin atua nas manifestações dos trabalhadores”, afirmou o presidente do Sindicato, lembrando as sucessivas agressões sofridas pelos bancários que participaram da greve da categoria de 2004, assim como outros funcionários do Estado.

Dia de luta – A atividade desta quarta-feira era parte do Dia de Luta dos funcionários da Nossa Caixa e previa o retardamento do horário de entrada dos trabalhadores em uma hora, acompanhado de leitura de manifesto. Os bancários querem uma solução negociada para as suas reivindicações que incluem a remodelação do plano de saúde (de forma unilateral o banco impôs alterações recente nas regras de custeio e os funcionários terão agora de arcar com aumentos que chegam a 500%, descontados de seus salários), o cumprimento do acordo já firmado relativo ao plano de previdência complementar, o respeito ao Plano de Cargos e Salários da empresa, a situação de cerca de 3 mil funcionários, contratados desde 2001 com direitos rebaixados em relação aos mais antigos, o processo de privatização e outros.

A manifestação transcorria pacífica e sem realização de piquetes. Uma comissão de esclarecimento informava os funcionários sobre a natureza e a necessidade da atividade, estimulando-os a participar. Parte dos 800 trabalhadores daquela unidade da Nossa Caixa optou por não tomar parte do ato e entrou normalmente.

“Tentando impedir o direito constitucional de seus funcionários de demonstrarem seu descontentamento pelos ataques que comete contra seus direitos, a diretoria do banco convocou a PM e uma manifestação pacífica e constitucional transformou-se numa sucessão de cenas violentas. Foi mais um capítulo triste na história da Polícia Militar sob o comando deste governo que se diz democrático, mas que promove um verdadeiro terror contra os seus trabalhadores”, disse Marcolino.
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