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Bancários vão negociar a realocação de trabalhadores atingidos pela tecnologia

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Em 2016, mais da metade (57%) das transações financeiras no Brasil foram realizadas por meios digitais (celular e internet)
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O Comando Nacional dos Bancário conseguiu avançar em uma discussão importante com a Federação dos Bancos (Fenaban), nesta quinta-feira (24). Foi incluído um aditivo na cláusula 62 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria para os trabalhadores atingidos pelo avanço tecnológico. Os detalhes serão definidos banco a banco. Este avanço só foi possível porque a categoria fechou acordo de dois anos em 2016.

“É uma vitória para a categoria, a medida que vamos acompanhar como realocar e requalificar esses bancários afetados pelo avanço tecnológico. Entre janeiro de 2012 a abril de 2017, os bancos fecharam 44.830 postos de trabalho, o que equivale a uma redução de quase 10% da categoria. E não vemos uma geração de emprego em outras áreas como tecnologia, por exemplo, que possa compensar a redução”, disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. “Não somos contrários a tecnologia, mas ela não pode ficar a serviço apenas dos banqueiros, que investem para aumentar seus lucros. É preciso melhores condições de trabalho para a categoria e melhor serviço para a população”.

 

Lucro dos bancos – O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), nos três primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 17,3 bilhões, com crescimento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado.

Emprego – Apenas no primeiro semestre deste ano os bancos fecharam quase 11 mil postos de trabalho. O setor financeiro passa por uma forte reestruturação tecnológica com impacto profundo no emprego bancário. A digitalização das transações bancárias e de diversas etapas do trabalho avança a cada ano, sendo que hoje 57% das transações financeiras são realizadas na internet ou no celular e apenas 8% nas agências físicas. Há oito anos a internet respondia por 30% das transações, o celular nem sequer fazia transações bancarias e a agência física era responsável por 18%.

Tecnologia - Na negociação coletiva da categoria, o avanço tecnológico é um tema que tem se tornado cada vez mais revelante. Em 2013, por exemplo, a categoria conquistou cláusula em que proíbe que os gestores façam cobrança de metas e resultados por mensagens no telefone particular dos trabalhadores e trabalhadoras. Na campanha de 2016 conquistamos a criação de um grupo de trabalho conjunto entre os bancários e a Fenaban para estudar e criar formas de realocar e requalificar os bancários afetados pelas transformações tecnológicas.

Dados da Categoria - Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São cerca de 504 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país.

 

Cecilia Negrão
Assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
(11) 99610-5594

 

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