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Bancárias marcam presença na 7ª Marcha das Margaridas

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Bancárias presentes na Marcha das Margaridas

As bancárias marcaram presença na 7ª Marcha das Margaridas, encerrada nesta quarta-feira 16. Entre as representantes da categoria, estiveram presentes as diretoras executivas do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Ana Beatriz Garbelini e Aline Molina; e a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira. 

A Marcha das Margaridas - organizada a cada quatro anos pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) - reuniu 150 mil mulheres, de diversos movimentos sociais e sindicais, no Planalto Central, em Brasília. Na manhã desta quarta-feira, a Marcha das Margaridas foi encerrada com uma caminhada até o Congresso Nacional, sendo recebida pelo presidente Lula e ministros. 

"A Marcha das Margaridas, que teve e tem um papel importante na defesa da democracia, voltou com força após 4 anos de governo Bolsonaro. É um momento de apresentar as demandas das mulheres do campo. E nós, bancárias, como mulheres da cidade, quando nos juntamos a marcha reforçamos a importância destas pautas. Se o campo não planta, a cidade não come. Nossas lutas, das mulheres do campo e das bancárias, se cruzam também quando fazemos a defesa dos bancos públicos e o papel destas instituições para o desenvolvimento social e econômico do país, no qual está incluso o financiamento da agricultura familiar"

Ana Beatriz Garbelini

"Marchamos porque estamos lutando pela construção de um Brasil popular, democrático, antirracista, anti-machista, para que todas as mulheres possam ter um Brasil igualitário, um Brasil justo.  Esta marcha está muito linda. Estamos mostrando a nossa força, a força da mulher brasileira (...) Sigamos em marcha por um Brasil justo, igualitário e socialmente responsável"

Aline Molina

“A Marcha das Margaridas é a expressão dessa luta da mulher, que é semelhante no mundo todo: contra a violência política, violência doméstica, violência sexual, contra o feminicídio. Aqui em Brasília, hoje, somos mais de 150 mil lutando, deixando a nossa voz, a nossa pauta, da independência financeira, do crédito, da terra, do emprego descente”

Juvandia Moreira

Reivindicações

Foi entregue ao poder Executivo a pauta de reivindicações da Marcha das Margaridas. 

Veja abaixo os principais pontos: 

• Até 2026, a entrega de 90 mil Quintais Produtivos das Mulheres Rurais em todo o Brasil, programa de promoção da segurança alimentar e nutricional e da autonomia econômica.

• Retomada da Reforma Agrária com prioridade para as mulheres rurais – oito novos assentamentos, 5.711 novas famílias assentadas e 40 mil famílias regularizadas.

• Programa Nacional de Cidadania e Bem Viver para Mulheres Rurais – que garante acesso à documentação, à titulação conjunta da terra e ao território às mulheres, para que possam viver com dignidade, tendo assegurados seus direitos civis, políticos e sociais.

• Lavanderias Coletivas – projeto piloto com a instalação de nove unidades em assentamentos em três estados do Nordeste (Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará).

• Criação da Comissão Nacional de Enfrentamento à Violência no Campo (CNEVC).

• Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios – decreto tem como objetivo prevenir todas as formas de discriminações, misoginia e violências de gênero contra as mulheres por meio de ações intersetoriais.

• Bolsa Verde – decreto retoma o Programa de Apoio à Conservação Ambiental que prevê um pagamento a famílias inseridas em áreas a serem protegidas ambientalmente e que se enquadrem em situação de baixa renda. Antes, o pagamento por família era de R$ 300. Agora passa a ser de R$ 600.

• Participação Social – decreto institui a Comissão Nacional dos Trabalhadores Empregados Rurais.

Antes da fala do presidente Lula, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, apresentaram propostas em resposta às reivindicações.

Cida Gonçalves assinou duas portarias. Uma para recriar o Fórum Nacional de Políticas para as Mulheres Agricultoras do Campo, da Floresta e das Águas; e outra para a criação de um fórum de discussão e proposição de políticas públicas sobre questões relacionadas com as mulheres pescadoras, marisqueiras e das águas.

A ministra também se comprometeu a colocar em circulação 270 unidades móveis com profissionais de saúde, delegacias especializadas e outros serviços para atender mulheres. Em paralelo, será criada uma ouvidoria para monitorar se o serviço está de fato chegando aos municípios.

"Essa marcha está em Brasília, mas a partir de agora é o governo, o Ministério das Mulhere, que marchará até vocês para garantir efetividade de políticas públicas para mulheres que durante seis anos foram abandonadas, estupradas e assassinadas", afirmou a ministra Cida Gonçalves. 

Reforma Agrária

Por sua vez, o ministro Paulo Teixeira anunciou a entrega de R$ 25 milhões e assistência técnica para práticas agroecológicas, com metades do valor destinado exclusivamente às mulheres. 

Também foi anunciado o lançamento do programa Cidadania e Bem Viver, para retomar o Programa Nacional de Documentação para a Trabalhadora Rural, criado no primeiro governo Lula, que visa a concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas.

Dentre as medidas anunciadas, a mais aguardada foi o lançamento do Programa Emergencial de Reforma Agrária, que tem o objetivo de retomar o processo de assentamento no país, beneficiando 7,2 mil famílias (5,7 mil com novas terras e 1,5 mil com créditos fundiários).  

Teixeira afirmou ainda que 40 mil famílias assentadas serão regularizadas e, com isso, terão acesso a títulos e créditos. Foi anunciada também uma verba de R$ 300 milhões para crédito de instalação para famílias beneficiadas pela reforma.

“Queremos construir a autonomia econômica das mulheres rurais, mas também queremos que assumam a liderança e a ocupação dos espaços públicos em nosso país”, disse o ministro Paulo Teixeira. 

Democracia

Imagem da Marcha das Margaridas
Defesa da democracia marcou as atividades da Marcha das Margaridas (Foto: Letícia Alves/Contraf-CUT)

O primeiro dia da Marcha das Margaridas, terça-feira 15, foi marcado pela defesa da democracia, com palestras, rodas de conversa, oficinas e feiras.  

“As margaridas chegaram pra dizer que neste país a democracia não vai mais ser perdida, que nós vamos continuar na marcha”, declarou a ministra da Mulher, Cida Gonçalves. 

“Vocês vieram de longe, de muitos lugares deste Brasil profundo, trazendo a alma profunda das mulheres do Brasil. Mas tem uma razão para nós estarmos aqui: porque fomos capazes de colocar no seu devido lugar aquele que afrontou a nossa democracia. Porque sem democracia não há como marchar. Sem democracia o que fazem é tentar nos calar”, destacou a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva.

“Essa chegada de vocês à Brasília, mais uma vez, representa essa retomada do diálogo da população, da sociedade civil, com o governo brasileiro”, disse a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. 

Distribuição de renda

No encerramento da Marcha das Margaridas, o presidente Lula destacou a retomada de programas como o Plano Safra, que será o maior da história, com  um investimento de R$ 410 bilhões.

Lula destacou também a linha de crédito exclusiva para mulheres do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com condições especiais para mulheres quilombolas e assentadas.

“Só faz sentido o Brasil se a riqueza do crescimento for distribuída, chegar a vocês, fazer a roda da economia girar e melhorar a vida das pessoas. Foi isso que fizemos uma vez e é isso que vamos novamente fazer”, afirmou Lula.

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