Pular para o conteúdo principal

Mais de 30 mil bancários parados em São Paulo

Imagem Destaque
Subiu para 176 o número de agências e centros administrativos paralisados pela greve dos bancários no segundo balanço feito pouco depois das 13h desta terça-feira (26). Até esse horário, a greve abrangia pouco mais de 31 mil trabalhadores, dos 106 mil que atuam na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A diferença entre o número de locais parados pela manhã – 105 – e à tarde, 176, refere-se a agências de pequeno porte, daí o número de bancários em greve ter crescimento menor, apesar do aumento significativo de unidades paralisadas. Há 43 locais parados no Centro; 46 na Zona Leste; 18 na Zona Sul; 10 na Zona Norte; 13 na Zona Oeste; 29 na região de Osasco e 17 na da Paulista.

Pela manhã, os bancários sofreram com a repressão policial. Apesar disso, o movimento grevista continuou crescendo ao longo do dia. A PM foi acionada pelo Unibanco da Praça do Patriarca, Nossa Caixa e Bradesco da rua 15 de Novembro, Bradesco da rua Boa Vista e Safra da avenida Paulista.

Negociação – Uma nova rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) está prevista para amanhã, dia 27, às 15h, no hotel Gran Meliá Mofarrej (alameda Santos, 1.437). “Os bancários decidiram manter a mobilização porque em outras rodadas de negociação os banqueiros se comprometeram a apresentar proposta e nada. Só chamar para negociar não resolve, os bancários querem uma proposta digna”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.

O lucro do setor cresceu, em média, mais de 40% no primeiro semestre de 2006. “E até agora, há quase um mês da nossa data-base, os banqueiros só disseram que não querem dar aumento para os bancários. A categoria está mobilizada e se mantiverem essa postura, os bancos vão ver a greve de 24 horas ser ampliadaem todo o país”, avisa Marcolino.

A categoria reivindica aumento real de salários de 7,05%, além da reposição da inflação, e participação maior nos lucros e resultados – de 5% do lucro líquido linear, mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500. No ano passado, os bancários receberam reajuste de 6% (1% de aumento real), mais R$ 1.700 de abono e PLR mínima de 80% do salário mais R$ 800, após seis dias de greve no mês de outubro.

A minuta dos bancários foi entregue no dia 10 agosto, quando aconteceu a primeira rodada e foram apresentadas as cláusulas prioritárias. Outras rodadas aconteceram nos dias 21 e 29 de agosto, 15 e 19 de setembro. No Brasil há pouco mais de 400 mil bancários, 106 mil deles atuam na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Outras reivindicações – Além das cláusulas econômicas, os trabalhadores querem o fim do assédio moral e das metas abusivas; a isonomia de direitos entre trabalhadores aposentados, afastados e de bancos que sofreram fusões; a manutenção do emprego – por meio da proibição de dispensas imotivadas e da ampliação do horário de atendimento com dois turnos de trabalho – e a redução dos juros e das tarifas.

Também são consideradas prioritárias as cláusulas que reivindicam 14º salário; plano de cargos e salários para todos os trabalhadores; regramento da remuneração variável; aumento na gratificação de caixa; vale-alimentação de R$ 300; auxílio creche/babá de um salário mínimo; auxílio-educação para todos os funcionários; fim da terceirização de serviços; criação de comissão de segurança bancária; isenção de tarifas para todos os bancários; delegados sindicais em todos os bancos; programa de reabilitação profissional.
seja socio