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Proposta rebaixada pode levar bancários à greve

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Terminou há pouco a reunião do Comando Nacional dos Bancários que apreciou a proposta feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na sexta rodada de negociação realizada na tarde de hoje. O Comando considera a proposta insuficiente e vai indicar sua rejeição. No dia 4 de outubro serão realizadas assembléias em todo o país, quando a proposta será levada aos trabalhadores.

O Comando dos Bancários também enviará carta aos banqueiros solicitando nova negociação. Se até o próximo dia 4 não houver avanço nas negociações, os bancários podem entrar em greve por tempo indeterminado. “A greve de 24 horas mostrou a importância da unidade dos bancários de todo o país, por isso as assembléias de 4 de outubro serão soberanas para definir o rumo da campanha dos bancários”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.

A Fenaban quer pagar 2% de reajuste para todas as verbas salariais mais participação nos lucros e resultados (PLR) de 80% do salário mais R$ 816 – o mesmo valor do ano passado, reajustado pelos 2%. Além disso, um pagamento a mais, de R$ 500, para os bancários de instituições que tiverem crescimento de 25% do lucro líquido, ou mais, em relação ao ano passado.

“A proposta é insuficiente. O reajuste não repõe sequer a inflação do período, que é de 2,85%, e não tem aumento real. A Fenaban reconheceu a lógica de alteração da PLR e isso é um avanço, mas o valor precisa ser ampliado e chegar a todos os trabalhadores”, diz Marcolino. “Os bancários fizeram uma grande paralisação de 24 horas no último dia 26 e estão dispostos a fazer greve por tempo indeterminado se isso for necessário para arrancar dos banqueiros aumento real de salários. O lucro do setor deixa claro que não há razão para ser diferente”, avalia Marcolino.

A minuta dos bancários foi entregue no dia 10 agosto, quando aconteceu a primeira rodada e foram apresentadas as cláusulas prioritárias. Outras rodadas aconteceram nos dias 21 e 29 de agosto, 15 e 19 de setembro. No Brasil há pouco mais de 400 mil bancários, 106 mil deles atuam na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A data-base é 1º de setembro.

Reivindicações – A categoria reivindica aumento real de salários de 7,05%, além da reposição da inflação, e participação maior nos lucros e resultados – de 5% do lucro líquido linear, mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500. No ano passado, os bancários receberam reajuste de 6% (1% de aumento real), mais R$ 1.700 de abono e PLR mínima de 80% do salário mais R$ 800, após seis dias de greve no mês de outubro.

Além das cláusulas econômicas, os trabalhadores querem o fim do assédio moral e das metas abusivas; a isonomia de direitos entre trabalhadores aposentados, afastados e de bancos que sofreram fusões; a manutenção do emprego – por meio da proibição de dispensas imotivadas e da ampliação do horário de atendimento com dois turnos de trabalho – e a redução dos juros e das tarifas.

Também são consideradas prioritárias as cláusulas que reivindicam 14º salário; plano de cargos e salários para todos os trabalhadores; regramento da remuneração variável; aumento na gratificação de caixa; vale-alimentação de R$ 300; auxílio creche/babá de um salário mínimo; auxílio-educação para todos os funcionários; fim da terceirização de serviços; criação de comissão de segurança bancária; isenção de tarifas para todos os bancários; delegados sindicais em todos os bancos; programa de reabilitação profissional.
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