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Transações bancárias sobem quatro vezes mais do que contratações

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Bancários sobrecarregados e clientes descontentes com o atendimento nas agências
Um dia depois de o Banco Central anunciar que as queixas sobre atendimento puxaram o aumento das reclamações contra bancos, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou nesta terça-feira, 11 de setembro, um estudo sobre tarifas bancárias. Os bancos alegam que o aumento da arrecadação de tarifas é fruto da diversidade de serviços prestados e apontam como prova disso a elevação do número de transações bancárias que passaram de 21,6 bilhões para 36,6 bilhões entre 2002 e 2006.

A alta de 69,7% no período é quatro vezes maior do que a ampliação do número de funcionários que ficou em 15%, o que demonstra a razão do descontentamento dos clientes em relação ao atendimento nos bancos.  No levantamento, a Febraban destaca que se comparado a 2000, o número total de operações cresceu 85,6%, mas não revelou que o número de bancários cresceu apenas 6,2%, passando de 400.854 para 424.993 empregados.

“A melhoria no atendimento depende da contratação de mais bancários. Nem a lei das filas sozinha resolveria o problema, porque determina apenas o tempo mínimo de espera, o que é positivo, mas infelizmente não determina condições para que os bancos atinjam esse patamar”, diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. “A ampliação do número de bancários melhoraria as condições de trabalho dos bancários, que estão sobrecarregados nas agências, assim como a qualidade de atendimento”, ressaltou.

Governo quer ampliar fiscalização de tarifas cobradas pelos bancos
Sobram reclamações de bancos nos Procons, tarifas excedem e faltam bancários
As cobranças de tarifas por serviços lideram as queixas de consumidores nos Procons sobre bancos, que em média totalizam 40% do total das reclamações que chegam aos órgãos estaduais de defesa do consumidor. O governo federal quer aproveitar esse trabalho realizado pelos Procons para aumentar a fiscalização das tarifas e serviços prestados pelos bancos.

Enquanto o Banco Central (BC) e o Ministério da Justiça reuniam-se nesta terça-feira, 11 de setembro, para discutir um convênio para a criação de um grupo de trabalho para detalhar a forma operacional do novo sistema, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgava um projeto piloto que pode permitir a comparação de parte da tarifas cobradas pelos bancos e tentava explicar porque a arrecadação com tarifas aumentou tanto.

A cobrança foi criada em 1994. Antes disso não era preciso pagar para ser cliente. De lá para cá a arrecadação de tarifas subiu 734% e redeu aos bancos, em 2006, um montante de R$ 52,84 bilhões. O número impressiona mais ainda quando verificamos a inflação acumulada pelo IPCA no período: apenas 157%.

Campanha nacional – Um executivo de um grande banco afirmou que sua empresa deveria ter aumentado o valor das tarifas já que setembro é o mês da data-base dos bancários, indicando que os reajustes dos trabalhadores são repassados à tarifa cobrada dos clientes.

“A população já paga tarifas e spreads bancários elevados e não merece ser ainda mais onerada. Infelizmente, na hora da campanha dos bancários, os parâmetros inflação e lucro não são levados em conta pelos bancos para conceder reajustes à categoria. Só em 2006 os bancos lucraram R$ 33,4 bilhões, o suficiente para atender às reivindicações dos bancários e ainda promover isenção de tarifas para trabalhadores que têm folha de pagamento em banco”, cobra o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Luiz Cláudio Marcolino.
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