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Enquanto empregados sofrem com metas, Caixa vira instrumento político-eleitoral

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Presidenta da Caixa, Daniella Marques, em evento do programa Caixa Para Elas

De acordo com a avaliação da dirigente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e empregada da Caixa, Tamara Siqueira, a direção da Caixa utilizou evento de divulgação do programa Caixa Pra Elas, na última segunda 12, para fazer campanha eleitoral para Jair Bolsonaro.

“A atual presidenta da Caixa, Daniella Marques, tem repetido a conduta do ex-presidente do banco, Pedro Guimarães, ao utilizar eventos oficiais da Caixa para promover politicamente Jair Bolsonaro. Ao escolher justamente o programa Caixa Pra Elas para este intuito, vedado pela legislação eleitoral, Daniella busca ‘matar dois coelhos com uma cajadada só’: desvincular o banco das denúncias de assédio sexual contra o ex-presidente Pedro Guimarães; e limpar a péssima imagem do presidente Jair Bolsonaro junto às mulheres, a parcela do eleitorado que com toda a razão mais o rejeita.”

Tamara Siqueira, dirigente do Sindicato e empregada da Caixa

“Defendemos que existam produtos específicos para as mulheres, mas não podemos concordar com a forma como esta política de vendas está sendo utilizada (…) Primeiro pelo descabido aumento de metas de vendas imposto aos empregados, mas principalmente pelo uso da Caixa para finalidade político-eleitoral, assim como o governo vem realizando com outras políticas sociais, que estão sendo feitas somente às vésperas das eleições, numa tentativa de angariar votos para o atual mandatário da Presidência da República.”

Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT

Caixa Pra Elas

No programa Caixa Pra Elas, mulheres têm taxas de crédito mais baixas, pausa nos pagamentos de prestações em caso de maternidade ou adoção e isenção de parte das tarifas de produtos do banco público.

“Parte dos produtos do Caixa Pra Elas atendem necessidades das mulheres. Porém, é muito importante frisar que estas necessidades, ou o seu agravamento, são consequências diretas de uma política de desmonte da seguridade social, de precarização do trabalho, redução dos direitos, achatamento da renda dos trabalhadores e desmonte de políticas públicas voltadas para mulheres. O governo federal deixou a população do país à míngua e, na véspera das eleições, tenta angariar votos com soluções paliativas para suas próprias maldades”, destaca Tamara.

Metas e mais metas

A dirigente do Sindicato chama atenção ainda para o aumento da cobrança de metas imposto aos empregados pela direção do banco.

“Na prática não existe diferença entre as gestões de Pedro Guimarães e Daniella Marques. Apesar de ter se apresentado aos empregados com um discurso acolhedor, logo duplicou a meta de venda de produtos, sem qualquer mudança de conjuntura que justificasse isso. Além disso, na última segunda, aumentou em 65% a meta para venda de cartões. Na hora de promover politicamente Jair Bolsonaro, a presidenta da Caixa faz discursos bonitos e humanistas, mas quando analisamos a forma como sua gestão trata os empregados da Caixa, inclusive mulheres, suas palavras não se sustentam. O que a presidenta precisa trazer a público não é a promoção política do presidente, e sim a apuração dos casos de assédio sexual. Até agora nada, presidenta?”, questiona Tamara.

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