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Sindicato participa de conferência sobre saúde mental, adoecimento e trabalho

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Imagem mostra plenário durante as Conferencias Livres, etapas obrigatórias e preparatórias para a 5ª Conferencia Nacional de Saúde Mental

Precarização cada vez maior no emprego; mudanças nas formas de trabalho e falta de perspectivas para aposentadoria; direito à saúde em risco com a mercantilização da saúde privada e o sucateamento do SUS; pandemia da covid-19, que matou mais de 700 mil pessoas e causou sequelas em outras milhares de vítimas. Somado a tudo isso, um índice elevado de desemprego e um mercado de trabalho no qual as pessoas se sujeitam à quase tudo para poderem manter sua renda.

Sob este contexto preocupante e desanimador, o Sindicato dos Bancários de São Paulo participou das discussões sobre saúde mental nas Conferências Livres, etapas obrigatórias e preparatórias para a 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental, que será realizada entre os dias 11 a 14 de dezembro de 2023, em Brasília, e cujo tema é: Fortalecer e garantir Políticas Públicas: o SUS, o cuidado de saúde mental em liberdade e o respeito aos Direitos Humanos.

“É fundamental discutir a saúde mental dos trabalhadores, garantir direitos, entender o que está levando a esse adoecimento mental excessivo e buscar formas de reverter essa situação. Assim como é essencial fortalecer as Redes de Atenção Psicossocial no SUS para que todos possam ter acesso ao melhor tipo de tratamento e encaminhamentos. Fortalecer o SUS de maneira geral deve ser um objetivo de toda a população. Foi o SUS que nos salvou durante a pandemia. O SUS salva o Brasil todos os dias.”

Valeska Pincovai, secretária de Saúde do Sindicato dos Bancários de São Paulo e bancária do Itaú

E os bancários?

Apesar de a categoria bancária contar com a garantia de alguns direitos, o aumento das demissões nos últimos anos gera sobrecarga nos trabalhadores remanescentes, que têm de lidar com a exigência para o cumprimento de metas abusivas e muita incidência de assédio moral, o que leva estes trabalhadores a apresentarem um dos maiores índices de adoecimento por transtornos mentais, como ansiedade, depressão e síndrome de burnout, doenças que mais resultam em afastamentos do trabalho.

“Os números são assustadores. Melhores condições de trabalho precisam ser exigidas, e os empregadores precisam ser responsabilizados e mudarem as formas de gestão. Precisamos todos trabalhar juntos para mudar o mais rapidamente essa situação. Por isso o Sindicato participa dessas discussões: para defender o SUS e para defender os trabalhadores, que são vitimas desse sistema cruel, que muitas vezes não têm nem o reconhecimento do Estado quando o INSS nega benefícios, e não tem o direito de se tratar, e ainda são demitidos doentes”, protesta Valeska.

Trabalho e saúde

Na Conferência Livre de Saúde Mental e Trabalho houve debates de pesquisadores como o doutor Carlos Carrusca, psicólogo da PUC Minas. Ele citou o médico Bernardino Ramazzini, considerado o pai da medicina do Trabalho, que defendia que, ao atender um paciente, o médico deveria perguntar qual sua profissão, pois na sua visão, o trabalho influencia na vida das pessoas e no tipo de doença que a pessoa apresentava.

As conferências Livres também elegeram delegados para a 5ª Conferência Nacional, e os bancários serão representados no evento.

“A Conferência Livre Nacional de Saúde Mental e Trabalho é importante porque propicia a discussão de temas importantes para os trabalhadores, em particular os bancários, que têm altos índices de adoecimento psíquico relacionado à exigência de metas e pressão sobre toda a hierarquia como métodos de gestão”, afirma Maria Maeno, uma das organizadoras da Conferência Livre de Saúde Mental e Trabalho, e médica pesquisadora da Fundacentro.

“As condições adoecedoras de trabalho, incluídas a organização e gestão, ainda são pouco discutidas nas políticas de saúde mental do SUS, de forma que propostas que avancem no sentido de integrar os aspectos referentes à saúde mental e a à saúde do trabalhador fortalecem o SUS no cumprimento de sua missão constitucional e beneficiam os trabalhadores e suas famílias”, acrescenta.

Conferências Livres que o Sindicato participou:

1- Conferência Livre de Saúde Mental - Adoecimento e Trabalho: a função antissocial dos bancos. A Fetrafi e o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre promoveram no dia 26 de setembro o evento cujo objetivo foi reunir subsídios para demonstrar que muitos dos motivos determinantes do adoecimento generalizado da categoria bancária estão no modelo gerencial do sistema financeiro brasileiro.

2 - Conferência Livre Nacional do Fórum Nacional das Centrais Sindicais em Saúde da Trabalhadora e do Trabalhador, em preparação a 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental - Domingos Sávio (5ª CNSM). O encontro ocorreu no dia 27 de setembro.

3 - Conferência Livre Nacional de Saúde Mental e Trabalho (CLNSMT) - Por que enlouquecemos no trabalho ? A Saúde da classe trabalhadora importa. O evento foi realizado no dia 28 de setembro, na Fundacentro, em São Paulo.

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