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Acordo assinado entre bancários e a Fenaban

Linha fina
Trabalhadores começam a receber diferenças e participação nos lucros até o fim do mês
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O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) assinaram na tarde de hoje (18) a Convenção Coletiva Nacional da categoria bancária. O reajuste de 3,5%, conquistado para todos os bancários do Brasil, de bancos públicos e privados, vale para os salários e todas as demais verbas de natureza salarial, como vales refeição (R$ 13,89/dia), alimentação (R$ 238,07/mês), auxílio-creche (171,13/mês) e pisos. Como a data-base da categoria é 1º de setembro, os valores reajustados serão pagos retroativamente. Há cerca de 400 mil bancários em todo o país – 106 mil deles em São Paulo, Osasco e região.

“Temos um dos poucos acordos nacionais e há mais de uma década conseguimos avançar ano a ano via processo negocial, sem apelar para decisões nos tribunais de trabalho. A categoria participa, faz greve e decide os rumos da campanha nas assembléias. O acordo vale para os bancários de todo o país e isso é um dos principais fatores que fazem da categoria bancária vanguarda das conquistas trabalhistas e uma das mais fortes do Brasil”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.

“Para o próximo ano, e diante de uma conjuntura econômica de inflação baixa, vamos buscar novas alternativas para colocar mais dinheiro no bolso do trabalhador, que não seja somente via aumento real. Os bancários querem aumentar os valores das comissões de função, melhorar os processos de promoção interna e regular a contratação da remuneração variável que, em alguns bancos, já chega a 60% do salário dos trabalhadores e é considerada uma das principais causas do adoecimento da categoria já que, para alcançar essa remuneração, os bancários são obrigados a vender e bater metas absurdas”, completa Marcolino.

PLR – Com a assinatura do acordo, os bancos privados e a Nossa Caixa têm no máximo dez dias para fazer o crédito da primeira parcela da participação nos lucros e resultados (PLR) que será de 80% do salário mais o valor fixo de R$ 828. Além desse valor, a PLR conquistada após seis dias de greve conta com um adicional variável, entre R$ 1.000 e R$ 1.500, que vai depender do crescimento do lucro de cada banco e será pago até o início do mês de março de 2007.

Os bancários do BB receberão, 48 horas após a assinatura do acordo que também aconteceu hoje, PLR semestral de 95% do salário, parte fixa de R$ 412, mais R$ 1.819,49 (equivalente a 4% do lucro líquido linear dividido por todos os funcionários), além do módulo-bônus que varia de acordo com a referência salarial da função. Na Caixa, a PLR é o equivalente a 80% do salário (sem teto), mais o valor linear de R$ 3.167. O pagamento será feito em duas parcelas: 60% em até 10 dias após a assinatura do acordo e o restante em março de 2007.

“Os bancários saíram, mais uma vez, vitoriosos de uma greve. Se dependesse da vontade dos banqueiros, nem aumento real teríamos. Foi a mobilização dos trabalhadores que garantiu o reajuste e ainda uma nova conquista que é o adicional da PLR, que ninguém mais tira dos bancários”, garante Marcolino.

Dias parados – Em reunião com os bancos federais, o Comando Nacional dos Bancários conseguiu barrar o desconto dos dias parados. Ficou acertado, assim como para os funcionários de bancos privados e da Nossa Caixa, que os dias parados serão compensados no máximo até 31/12/2006; depois dessa data, serão anistiados.
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