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Greve dos bancários de São Paulo continua nesta sexta-feira

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Os bancários que participam de passeata no final da tarde de hoje (5), pelas ruas do Centro, decidiram, por unanimidade, permanecer em greve por tempo indeterminado. Amanhã (6), os trabalhadores fazem nova assembléia, às 17h, na Quadra dos Bancários (rua Tabatingüera, 192, Sé).

Neste primeiro dia de greve, mais de 39 mil bancários permaneceram parados em 517 locais de trabalho entre agências e centros administrativos – de acordo com levantamento realizado até as 16h30 pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, de Osasco e Região. A base territorial da entidade abrange cerca de 3 mil locais de trabalho e 106 mil bancários.

Foram 91 locais parados no Centro, 45 na região da Paulista, 145 na Zona Leste, 74 na Zona Oeste, 43 na Zona Sul, 50 na Zona Norte e 69 na região de Osasco. O dia foi marcado pela ampla participação dos bancários que, após pararem sua agências, saiam pelas ruas, com faixas, para ampliar a greve em outros locais (fotos no site www.spbancarios.com.br).

“Os bancários demonstraram já no primeiro dia de greve que estão mobilizados e dispostos a lutar pelo aumento real de salários e por maior participação nos lucros. Os banqueiros, que ano a ano batem recordes de lucratividade, não têm por que negar reajuste de salário aos seus funcionários”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.

Histórico – A categoria decidiu pela greve por tempo indeterminado em assembléia realizada na noite de ontem (4) e após sete rodadas de negociação em que os banqueiros mantiveram a postura de negar aumento real de salários aos seus funcionários. “Enquanto não houver aumento, não voltamos ao trabalho”, avisa Marcolino.

A minuta dos bancários foi entregue no dia 10 agosto, quando aconteceu a primeira rodada de negociação e foram apresentadas as cláusulas prioritárias. Outras rodadas aconteceram nos dias 21 e 29 de agosto, 15, 19 e 27 de setembro e 3 de outubro. No Brasil há pouco mais de 400 mil bancários, 106 mil deles atuam na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A data-base é 1º de setembro.

Propostas – O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) fizeram a última rodada de negociação no dia 3 de outubro. A proposta apresentada pelos banqueiros foi de reajuste salarial de 2,85% e participação nos lucros e resultados (PLR) de 80% do salário, mais R$ 823 de parte fixa (os R$ 800 pagos em 2005 corrigidos pelos 2,85% de reajuste proposto), além de um adicional de R$ 750 para os bancários de instituições que tiverem crescimento de 20% do lucro líquido ou mais. Na primeira proposta, apresentada em 27 de setembro, a Fenaban ofereceu reajuste de 2% para as verbas salariais e PLR de 80% do salário, mais R$ 816, acrescidos de R$ 500, para os bancários de instituições que tiverem crescimento de 25% do lucro líquido, ou mais, em relação ao ano passado.

Reivindicações – A categoria reivindica aumento real de salários de 7,05%, além da reposição da inflação, e participação maior nos lucros e resultados – de 5% do lucro líquido linear, mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500. No ano passado, os bancários receberam reajuste de 6% (1% de aumento real), mais R$ 1.700 de abono e PLR mínima de 80% do salário mais R$ 800, após seis dias de greve no mês de outubro.

Além das cláusulas econômicas, os trabalhadores querem o fim do assédio moral e das metas abusivas; a isonomia de direitos entre trabalhadores aposentados, afastados e de bancos que sofreram fusões; a manutenção do emprego – por meio da proibição de dispensas imotivadas e da ampliação do horário de atendimento com dois turnos de trabalho – e a redução dos juros e das tarifas.

Também são consideradas prioritárias as cláusulas que reivindicam 14º salário; plano de cargos e salários para todos os trabalhadores; regramento da remuneração variável; aumento na gratificação de caixa; vale-alimentação de R$ 300; auxílio creche/babá de um salário mínimo; auxílio-educação para todos os funcionários; fim da terceirização de serviços; criação de comissão de segurança bancária; isenção de tarifas para todos os bancários; delegados sindicais em todos os bancos; programa de reabilitação profissional.
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